São Paulo, quarta-feira, 19 de maio de 2010

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Estações do metrô terão barreira acústica

Reclamação antiga de vizinhos, o barulho entre as estações Pedro 2º, Brás e Bresser-Mooca será amenizado por paredes que isolam o som

Empresa também está contratando um estudo técnico para avaliar vibrações em linhas com trilhos subterrâneos

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL

A TV e o aparelho de som do apartamento do vendedor Gerson Groger ficam ligados em volume quase máximo, um antídoto para encobrir o barulho da linha do metrô que passa a 50 m do condomínio onde mora, no Brás (centro).
"É chegar em casa, fechar a janela, ligar a TV e aumentar o volume. Reclamo há oito anos, mas ninguém nunca deu atenção", diz Groger, que mora no oitavo andar.
Reclamação de muitos paulistanos, o excesso de ruído gerado pelo metrô em trechos elevados, como é o caso do Brás, ganhará um atenuante.
A empresa vai instalar, até o final do ano, barreiras acústicas entre as estações Pedro 2º, Brás e Bresser-Mooca.
A fase atual é de licitação para escolha da empresa que instalará a barreira -espécie de parede com alturas variadas que acompanhará os trilhos e será revestida de materiais isolantes, como cortiça.
Antes, em 2009, a companhia investiu R$ 4,7 milhões em barreiras acústicas no trecho elevado próximo à estação Parada Inglesa, na zona norte.
O excesso de ruído é conhecido pelo Metrô há pelo menos seis anos, quando a CPI da Poluição, da Câmara Municipal, coletou dados sobre o barulho ao longo de linhas e estações.

Ruído dentro e fora
Problema crônico em linhas ferroviárias, a emissão de ruídos é mais grave na linha 1-azul e em trechos da linha 3-vermelha, que, por serem mais antigas, não passaram pelos licenciamentos ambientais quando foram construídas.
E também pelo envelhecimento da estrutura -como ocorre com amortecedores de carros. O desgaste gera ainda a formação de ondas nos trilhos.
Segundo o Sindicato dos Metroviários, os condutores da linha 1-azul até passaram a anunciar a próxima parada logo que partem da estação anterior, porque, quando os trens começam a correr mais, não eram ouvidos pelos usuários.
A CPI da Poluição concluiu que o ruído chega a cem decibéis entre as estações Marechal Deodoro e Palmeiras-Barra Funda, da linha 3.
O Metrô diz que os trens novos e reformados -alguns já em funcionamento na linha 3- têm menor ruído interno. Uma das melhorias é a instalação de ar-condicionado, que possibilita que os vagões circulem com janelas fechadas.
Além de ruídos, o Metrô também está preocupado com as vibrações subterrâneas provocadas pelos trens. O problema surgiu quando entrou em operação a linha 2-verde, que passa pela avenida Paulista, e foi resolvido com a instalação de amortecedores sob os trilhos.
A empresa está contratando um estudo para avaliar quais linhas são afetadas atualmente.


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