|
Próximo Texto | Índice
Estações do metrô terão barreira acústica
Reclamação antiga de vizinhos, o barulho entre as estações Pedro 2º, Brás e Bresser-Mooca será amenizado por paredes que isolam o som
Empresa também está contratando um estudo técnico para avaliar vibrações em linhas com trilhos subterrâneos
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
A TV e o aparelho de som do
apartamento do vendedor Gerson Groger ficam ligados em
volume quase máximo, um antídoto para encobrir o barulho
da linha do metrô que passa a
50 m do condomínio onde mora, no Brás (centro).
"É chegar em casa, fechar a
janela, ligar a TV e aumentar o
volume. Reclamo há oito anos,
mas ninguém nunca deu atenção", diz Groger, que mora no
oitavo andar.
Reclamação de muitos paulistanos, o excesso de ruído gerado pelo metrô em trechos
elevados, como é o caso do
Brás, ganhará um atenuante.
A empresa vai instalar, até o
final do ano, barreiras acústicas
entre as estações Pedro 2º, Brás
e Bresser-Mooca.
A fase atual é de licitação para escolha da empresa que instalará a barreira -espécie de
parede com alturas variadas
que acompanhará os trilhos e
será revestida de materiais isolantes, como cortiça.
Antes, em 2009, a companhia investiu R$ 4,7 milhões
em barreiras acústicas no trecho elevado próximo à estação
Parada Inglesa, na zona norte.
O excesso de ruído é conhecido pelo Metrô há pelo menos
seis anos, quando a CPI da Poluição, da Câmara Municipal,
coletou dados sobre o barulho
ao longo de linhas e estações.
Ruído dentro e fora
Problema crônico em linhas
ferroviárias, a emissão de ruídos é mais grave na linha 1-azul
e em trechos da linha 3-vermelha, que, por serem mais antigas, não passaram pelos licenciamentos ambientais quando
foram construídas.
E também pelo envelhecimento da estrutura -como
ocorre com amortecedores de
carros. O desgaste gera ainda a
formação de ondas nos trilhos.
Segundo o Sindicato dos Metroviários, os condutores da linha 1-azul até passaram a
anunciar a próxima parada logo
que partem da estação anterior,
porque, quando os trens começam a correr mais, não eram
ouvidos pelos usuários.
A CPI da Poluição concluiu
que o ruído chega a cem decibéis entre as estações Marechal
Deodoro e Palmeiras-Barra
Funda, da linha 3.
O Metrô diz que os trens novos e reformados -alguns já
em funcionamento na linha 3-
têm menor ruído interno. Uma
das melhorias é a instalação de
ar-condicionado, que possibilita que os vagões circulem com
janelas fechadas.
Além de ruídos, o Metrô também está preocupado com as
vibrações subterrâneas provocadas pelos trens. O problema
surgiu quando entrou em operação a linha 2-verde, que passa
pela avenida Paulista, e foi resolvido com a instalação de
amortecedores sob os trilhos.
A empresa está contratando
um estudo para avaliar quais linhas são afetadas atualmente.
Próximo Texto: Ruído do metrô prejudica saúde, diz médico Índice
|