São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 2011

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Estado regionalizará combate ao câncer

Governo paulista pretende criar rede de serviços oncológicos no interior e no litoral a fim de desafogar a capital

Ideia é que, depois da reestruturação, não se leve mais do que duas horas para chegar a um centro de tratamento


CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO

O governo paulista pretende criar uma rede de serviços oncológicos no interior e no litoral a fim de regionalizar o atendimento do câncer.
O plano é que os moradores dessas regiões tenham centros de qualidade próximos às suas casas, evitando que se desloquem para a capital de São Paulo.
Sob coordenação do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira) e da Fundação Oncocentro, está sendo feita uma radiografia do setor oncológico no Estado para identificar as necessidades de cada região e, depois, estruturar os serviços.
O Estado foi dividido em 17 regionais para que cada uma fique com, no mínimo 1 milhão de pessoas, e, no máximo, com 2,5 milhões.
"Cada uma dessas regiões tem que ter capacidade de tratar câncer. As que não tiverem, vamos identificar os problemas e dar as condições para o atendimento adequado do câncer", afirmou à Folha o secretário de Estado da Saúde, Giovanni Guido Cerri.
De acordo com ele, o interior já tem instituições oncológicas de referência em cidades como Campinas, Ribeirão Preto, Barretos e Jaú -que vão fazer parte da rede-, mas há outras regiões nas quais existem problemas de atendimento.

TRATAMENTO "DIGNO"
"Não faz sentido as pessoas viajarem 500 km até a capital para receber radioterapia, todos dos dias, por até sete semanas. É muito mais digno que o paciente possa fazer isso próximo da sua casa", diz o oncologista Paulo Hoff, diretor-geral do Icesp.
Todo mês, 32% dos 13 mil atendimentos realizados pelo Icesp são de pacientes vindos do interior ou do litoral do Estado.
A ideia, segundo Hoff, é que após a reestruturação dos serviços a pessoa não demore mais do que duas horas para chegar a um centro de tratamento do câncer.
"É impossível ter um centro oncológico em cada município, mas é possível distribuir de forma equânime a atenção pelo Estado como um todo", afirma Hoff.

SANTOS
Um projeto-piloto sobre como a rede vai funcionar já está em curso na Baixada Santista, região que costuma "exportar" muitos pacientes oncológicos para a capital.
Segundo Cerri, o hospital estadual Guilherme Álvaro, em Santos, está sendo reestruturado e funcionará como uma unidade do Icesp a partir do próximo ano.
"Lá vai ter radioterapia, quimioterapia, treinamento para as equipes cirúrgicas e condutas terapêuticas iguais as do Icesp", afirma.


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