São Paulo, Quarta-feira, 19 de Maio de 1999
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REPERCUSSÃO

Fernando Henrique Cardoso, presidente da República - "Como cidadão, Dias Gomes foi um democrata. Como dramaturgo e novelista, ele sempre mostrou o melhor do povo brasileiro. Sentiremos a falta do seu talento".

Anselmo Duarte, diretor de cinema e ator - "Devo ter sido o primeiro a saber. Estava vendo TV às 4h30, quando passou o primeiro plantão. Foram um susto e um choque muito grandes. Ele tinha muita saúde, apesar da idade, que era a mesma que a minha. Na profissão, ele era absolutamente engajado em seu ideal político e social, abordava assuntos importantes do país, ainda que brincando. Divergimos quando fui dirigir "O Pagador de Promessas", ele ficou bravo porque cortei algumas cenas, rompeu comigo. Depois, quando viu o filme, me deu um abraço e pediu desculpas".

Francisco Weffort , ministro da Cultura - "Não há como quantificar a contribuição dada por Dias Gomes à dramaturgia, não só do Brasil como de todos os países nos quais suas obras foram difundidas no cinema e na televisão".

José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, consultor da Rede Globo - "Nós nos conhecíamos havia quase meio século. Tínhamos uma amizade muito carinhosa e estimulante de parte a parte. Ele era um profissional consciente da importância de seu trabalho na televisão. Foi ele quem introduziu os temas sociais nas novelas. Falava do assunto com muita propriedade e senso de humor".

Leonardo Villar, ator - "Era um grande amigo meu, foi muito importante na minha carreira. Eu havia feito a peça "O Pagador de Promessas" e depois entrei no filme por influência dele. Ele nunca escreveu banalidades ou pecinhas comerciais. Sempre foi sério e importante. Achava ele um ótimo dramaturgo e também um homem de TV de muita importância. Ele e Janete Clair deram muita força para mim na televisão".

Plinio Marcos, dramaturgo - "Além de ser um grande dramaturgo, era um grande amigo. Senti demais sua morte. Convivemos muito em Paris, em 98, durante o Salão do Livro. Ficávamos conversando até tarde, era uma pessoa muito alegre...".

Rogério Sganzerla, cineasta, diretor de "O Bandido da Luz Vermelha" (68) - "Ele era um cara legal. "O Pagador de Promessas" é um grande filme. Sempre achei um absurdo o que fizeram com o diretor (Anselmo Duarte), que não pôde continuar filmando. Na TV, ele pegou muito as coisas do Nelson Rodrigues, para fazer o Odorico Paraguaçu (de "O Bem-Amado')".

Arnaldo Niskier, presidente da Academia Brasileira de Letras - "Ele era uma figura doce, querida, bem-humorada. Fará falta à cultura brasileira porque estava na plenitude da capacidade de produção intelectual. Ainda tinha muito o que fazer pelo país. Ele sempre defendeu o Brasil e a liberdade de expressão. Dias Gomes representava na ABL o teatro e a telenovela brasileira. Estamos todos chocados e muito tristes".

Francisco Cuoco, ator - "Dias Gomes amava o teatro e a literatura. É uma perda muito importante, estou absolutamente chocado. Estreei na televisão, em junho de 1970, na novela "Assim na Terra como no Céu", escrita por ele".

Milton Gonçalves, ator - "Cada personagem criado por Dias Gomes era como um grande presente que eu e todo o público recebíamos. Perdemos um pensador, um idealista e um grande combatente".


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