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Governistas articulam fim de impeachment e de CPI
JOÃO CARLOS SILVA
da Reportagem Local
Há na Câmara uma movimentação para arquivar o pedido de impeachment do prefeito Celso Pitta
(sem partido) e, de quebra, vetar a
prorrogação dos trabalhos da CPI
que investiga a máfia da propina.
A comissão pode acabar no mês
que vem, se não for aprovada uma
prorrogação da investigação por
mais 90 dias. Esse decisão depende
do voto de 28 vereadores. A proposta deve ser aprovada primeiro
na própria comissão esta semana.
Para partidos de oposição, a movimentação é uma manobra para
interromper os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito.
Para o líder do PPB na Câmara,
Paulo Frange, o fim da CPI é necessário.
"Não tenho nada contra a CPI e
não há uma definição sobre esse
assunto, mas a idéia é que a Câmara volte a trabalhar no segundo semestre. Há chances de a prorrogação da CPI não ser aprovada, mas
não é para a investigação parar.
Precisamos trabalhar, mas, com a
CPI, falta até sala na Câmara", disse o pepebista.
Frange argumentou que a investigação da máfia ficaria, com o fim
da CPI, a cargo do Ministério Público e da polícia.
As declarações de Frange coincidem com as do vereador Wadih
Mutran (PPB), que até anteontem
se declarava favorável à continuidade da CPI. Ele é um dos integrantes da comissão. Ontem, Mutran disse que poderá rever sua posição, caso haja consenso.
"O que está acontecendo é uma
articulação para vetar em um pacote só o impeachment de Pitta e a
continuidade dos trabalhos da
CPI", afirmou ontem o presidente
da CPI, vereador José Eduardo
Cardozo (PT).
"Também ouvi dizer que há uma
articulação. No plenário, uma decisão dessas é até possível. Mas não
acredito que a Câmara deixe de lado uma investigação como a que
estamos fazendo", disse o vereador Dalton Silvano (PSDB), que
também faz parte da comissão.
Lobby
Já faz algum tempo que os trabalhos da CPI da máfia recebem críticas de vereadores governistas.
Desde a aprovação da comissão,
em março passado, o argumento
dos vereadores é que a comissão
apenas repete investigações que já
estão sendo feitas pelo Ministério
Público e pela polícia.
Cardozo não concorda com essa
análise. "Nós já até ajudamos o Ministério Público e a polícia com informações que eles não tinham."
Na própria comissão, que tem
três integrantes da situação e dois
da oposição, a avaliação de Cardozo não é a da maioria.
Vereadores pró-Pitta
Na manhã de ontem, uma cerimônia realizada pela prefeitura no
Palácio das Indústrias se transformou em um movimento de apoio
contra o impeachment do prefeito
Celso Pitta.
A cerimônia foi marcada para assinatura de um decreto que cria
uma seção de memórias dos bairros nas bibliotecas municipais e da
autorização para o início das obras
do programa Lote Legal, que vai
normalizar a situação de 100 mil
moradores de loteamentos clandestinos.
O evento contou com a participação de dez vereadores da base
governista e mais de 2.000 pessoas
de movimentos populares que foram até a prefeitura para participar do lançamento do programa
Lote Legal.
Durante o evento, o vereador José Viviani Ferraz (PL) convocou o
público a participar de uma marcha até a Câmara em defesa do prefeito Celso Pitta na quinta-feira.
"Vamos lutar por esse homem que
vem sendo injustiçado", disse.
Colaborou
Gonzalo Navarrete
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