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VIOLÊNCIA
Média mensal de casos sobe de 29,4 para 39,6 neste ano; funcionários querem parar venda de passagens por 10 minutos hoje
Roubos a bilheterias do Metrô crescem 35%
SÍLVIA CORRÊA
DA REPORTAGEM LOCAL
A média mensal de assaltos às
bilheterias do Metrô (Companhia
do Metropolitano de São Paulo)
aumentou 35% este ano em comparação ao ano passado.
De acordo com dados da Delegacia de Polícia do Metrô (Delpom), foram 218 casos até o último sábado, contra 353 assaltos
em 2000. Por mês, a média deste
ano é de 39,6 roubos. Em 2000, foram 29,4 ocorrências mensais.
O crescimento preocupa os funcionários e a companhia. O Sindicato dos Metroviários de São Paulo promete parar as bilheterias
das 46 estações durante dez minutos amanhã -das 14h às
14h10- para pedir o apoio da população às suas reivindicações.
Eles querem a blindagem das
cabines de venda de bilhetes, o aumento do efetivo de segurança
das estações de 690 para mil homens e o início de uma operação
de combate aos vendedores clandestinos de bilhetes.
"Estamos tentando impedir situações piores e vamos tentar
sensibilizar os passageiros", diz o
presidente do sindicato dos metroviários, Onofre de Jesus, 49.
O Metrô admite ter problemas
com o crescimento de assaltos às
bilheterias e diz que, até o final do
ano, aumentará em 110 homens o
quadro de seguranças, além de
planejar a extinção dos bilhetes de
papel até 2003 (leia texto abaixo).
Os bilhetes não são segurados,
e, a cada roubo, é levado, em média, o equivalente a R$ 300 -mas
alguns ultrapassam os R$ 100 mil.
Rodízio de câmeras
No final da tarde de ontem, cerca de 15 sindicalistas distribuíram
uma carta aos passageiros na estação Ana Rosa. Na carta, eles relatam que, naquela estação, sábado,
após entregar R$ 146 mil em bilhetes a uma quadrilha, uma funcionária foi feita refém por 22 horas e submetida a agressões.
O sindicato afirma que essa foi a
quarta ocorrência da semana passada na estação Ana Rosa.
A polícia ainda investiga as circunstâncias do crime. O cofre,
programada para ser temporizado -fechado até determinado
horário-, estava aberto. A funcionária deverá ser ouvida hoje.
O suposto assalto, porém, não
foi filmado, de acordo com o delegado Valdir de Oliveira Rosa, porque o Metrô transferiu a câmera
para outra estação no começo do
mês. O Metrô confirma não ter
câmeras para todas as 46 estações
(240 guichês) e fazer rodízio dos
equipamentos. O problema, segundo a companhia, será solucionado por um novo sistema de segurança, que começa a ser testado
este ano na estação República.
Desemprego
A polícia, que forneceu os dados
de aumento das ocorrências, atribui o fenômeno à falta de emprego para os jovens da periferia e
afirma que a falha não está na
apuração dos crimes.
"Este ano, já prendemos 37 pessoas. No ano passado, foram 35
presos, em geral menores", diz o
delegado Rosa, que enxerga uma
migração da criminalidade.
"No começo do ano, eles agiam
muito na zona leste -Tatuapé,
Belém, Artur Alvim. Fizemos
uma grande investigação e prendemos muita gente. Em abril, os
índices caíram. Mas, em maio,
cresceram na linha norte-sul."
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