São Paulo, terça-feira, 19 de junho de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EDUCAÇÃO

Ministério Público investiga pagamento a funcionários

Universidade de Brasília escolhe novo reitor em meio a denúncias

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A disputa pelo cargo de reitor da Universidade de Brasília (UnB) virou uma "guerra", com acusações de má administração que chegaram ao Ministério Público Federal. A eleição está marcada para hoje e amanhã.
Um dos casos foi transformado em um pedido de investigação, feito pelo procurador Luís Francisco de Souza à Polícia Federal.
O Ministério Público Federal acusa a universidade de fazer pagamentos irregulares a alguns funcionários que prestaram serviços a empresas fora da UnB.
Segundo o pedido do procurador à PF, três funcionários da UnB receberam comissões -entre R$ 1.300 e R$ 1.700- para prepararem um concurso público para a Infraero. O contrato foi feito entre a empresa e a Finatec (Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos), uma fundação privada, sem fins lucrativos, ligada à UnB. Foi a fundação que pagou os funcionários.
No ofício enviado pelo procurador à PF, ele diz que os funcionários não poderiam receber comissões extras por trabalharem para a UnB, que foi a contratada. Como a UnB não poderia fazer o pagamento, diz o procurador, a fundação foi usada para isso.
Outra acusação foi levantada por um dos candidatos à reitoria -Volney Garrafa, do departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências da Saúde.
"A UnB mantém 22 contas bancárias irregulares, inclusive uma no exterior, isso é completamente irregular", afirma o professor.
Além da chapa liderada pelo atual reitor, Lauro Mohry, e da encabeçada por Volney Garrafa, da oposição, está no páreo Antônio Nepomuceno, diretor licenciado da Faculdade de Teologia.

Outro lado
Todos os funcionários, professores e estudantes podem votar. O vencedor encabeçará a lista tríplice enviada ao ministro Paulo Renato Souza, responsável pela escolha em todas universidades.
A Universidade de Brasília não vê irregularidade no pagamento de comissões aos seus funcionários. "Há uma discussão jurídica sobre se funcionários públicos podem atuar fora de seu trabalho", diz Timothy Mulholland, vice-reitor licenciado e candidato a vice. "Mas não acreditamos que haja irregularidades. A UnB tem vários casos semelhantes, assim como todas as outras universidades." Sobre as 22 contas bancárias, explica que nenhuma delas é usada para aplicações financeiras, e sim para movimentações.


Texto Anterior: Violência: Polícia carioca investiga tortura e morte de adolescente de 17 anos
Próximo Texto: PC do B elege novamente o líder da UNE
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.