ANTÔNIO GOIS
ENVIADO ESPECIAL A GOIÂNIA

O candidato do PC do B à presidência da UNE, Felipe Maia, 23, foi eleito ontem, com 63% dos votos válidos no 47º Congresso da UNE, que ocorreu em Goiânia (GO).
Com a vitória, o partido consolidou uma hegemonia que já dura 10 anos no comando da entidade. O novo presidente estuda economia na PUC-SP. "Na política, não tenho ídolos, mas referências, como Che Guevara, Fidel Castro e Martin Luther King", disse. Veja trechos de sua entrevista à Folha:

Folha - O PC do B tem pequena participação no Congresso Nacional, mas é hegemônico na UNE. Isso não é uma prova de que o partido usa a entidade?
Maia - Uma coisa não tem nada a ver com a outra. O PC do B é forte no movimento porque defende idéias que dão perspectivas de futuro à juventude.

Folha - Mas as posições defendidas pela UNE, como o "Fora FHC", são as mesmas do PC do B.
Maia - Essa posição não é só do PC do B, é também de boa parte do PT e de vários movimentos sociais.

Folha - Ex-presidentes da UNE costumam ocupar depois cargos políticos. Isso não é uma prova de que os partidos usam a entidade como trampolim político?
Maia - O fato de o movimento produzir lideranças é um mérito. O movimento sindical produz muitas lideranças. O movimento patronal também produz, mas ninguém diz que o PFL instrumentaliza a Fiesp.




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