São Paulo, sábado, 19 de junho de 2004

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SEGURANÇA

Grupo reunirá 1.500 policiais federais e dos Estados e poderá ser acionado no lugar do Exército quando houver crise

Nova força reúne elite das polícias do país

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, anunciou ontem o início dos treinamentos da Força Nacional de Segurança Pública, formada pela Polícia Federal e os grupos considerados de elite das polícias dos Estados. Segundo a previsão do governo, o grupo de até 1.500 policiais inicia a preparação para atuar no próximo mês.
A Força Nacional de Segurança Pública será composta por efetivos ou membros do COT (Comando de Operações Táticas) da Polícia Federal, pelo Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar do Rio, pelo Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) de São Paulo e outros grupamentos considerados de excelência em outros Estados.
O objetivo é fazer um intercâmbio de informações entre os grupamentos durante o treinamento que se inicia no próximo mês. A idéia do Ministério da Justiça é utilizar a Força Nacional em casos em que as polícias dos Estados não consigam controlar sozinhas, como a crise da segurança no Rio de Janeiro.
Se for o caso, em vez de ações operacionais de buscas e prisões, a Força fará trabalho de inteligência policial para identificar lideranças de organizações criminosas. Apesar disso, a Força não elimina a atuação do Exército, que dependerá das necessidades específicas de cada governador.
Não há necessidade de lei específica para regulamentar o trabalho, segundo o Ministério da Justiça. Basta que os governadores concordem para que polícias de outros Estados atuem em conjunto com as suas próprias. O ministério não informou a quem a Força Nacional ficará subordinada.
O governo federal estuda implementar a Força Nacional desde o ano passado, e ela deve entrar em ação até o final do ano. Será o mecanismo mais flexível de solução de crises, por envolver apenas a área da segurança pública. Em vez de solicitar a intervenção do Exército ao presidente da República, os governadores poderão acionar a Força Nacional via gabinete de gestão integrada do Estado.
Criados na âmbito do Susp (Sistema Único de Segurança Pública), os gabinetes servem como mesa permanente para que polícias estaduais, Ministério Público e PF compartilhem dados sobre investigações em andamento.


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