|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JUSTIÇA
Corregedoria irá apurar violência contra jovens
CAROLINA FARIAS
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
A Corregedoria da Delegacia
Seccional de Jundiaí vai investigar
as denúncias feitas pelos seis adolescentes de Jarinu (71 km de São
Paulo) que ficaram nove dias detidos em uma cela da cadeia de Jundiaí após se envolverem em uma
briga na escola onde estudam.
Os rapazes disseram ter sofrido
maus-tratos dos companheiros
de cela, também adolescentes.
Três garotos de Jarinu teriam apanhado de outros jovens.
Outra acusação apresentada
por eles é o uso de maconha entre
os que já estavam detidos no local
antes da chegada do grupo. "Eles
fumavam maconha e jogavam a
fumaça na nossa cara. Queriam
testar a gente, ver se iríamos querer fumar", disse um dos rapazes
de Jarinu detidos, de 17 anos.
Na próxima semana, os adolescentes prestarão depoimento na
Corregedoria sobre as acusações.
No último dia 9, oito jovens de
Jarinu (seis garotos e duas meninas) tiveram a internação provisória decretada pela Justiça por
envolvimento em brigas na escola
estadual Jerônimo de Camargo. O
último conflito ocorreu dois dias
antes da detenção.
Os rapazes foram levados para a
cadeia de Jundiaí. As duas garotas
foram para a cadeia feminina de
Itupeva. O grupo foi encaminhado para cadeias porque não há na
região de Jundiaí local adequado
para a internação de adolescentes.
A cela só tinha jovens com menos
de 18 anos, que estavam lá pela
mesma razão -falta de local para
a internação.
A cela onde o grupo de rapazes
ficou detido tem capacidade para
abrigar até dez, mas, segundo a
seccional, costuma ter cerca de 20.
Também na próxima semana, a
Comissão de Direitos Humanos
da OAB (Ordem dos Advogados
do Brasil) de Jundiaí enviará ofício ao Cedeca (Conselho Estadual
de Defesa da Criança e do Adolescente) relatando as condições do
local de detenção. "A cadeia não
tem condições para custodiar
adolescentes", disse José Miguel
Simão, membro do conselho que
visitou a cela dos adolescentes.
Segundo relatos de Simão e dos
garotos, não havia colchões para
todos -o grupo de Jarinu dormiu no chão. As famílias também
não puderam entregar agasalhos.
O diretor da cadeia de Jundiaí,
Fernando Iwanaga, afirmou que
não foi informado pelo grupo das
agressões nem do uso de drogas
por parte dos outros internados.
Texto Anterior: Segurança: Nova força reúne elite das polícias do país Próximo Texto: Segurança: Juiz manda tirar líder do PCC do isolamento Índice
|