São Paulo, terça-feira, 19 de junho de 2007

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Defensor diz que suspeito "provocava' peritos da polícia

DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça e ex-secretário da Justiça do Estado de São Paulo, um dos defensores de Jamil Chokr, afirmou ontem que seu cliente "provocava" peritos do IC (Instituto de Criminalística), órgão vinculado à Polícia Civil responsável por investigar os caça-níqueis apreendidos ou lacrados.
Ao ser questionado sobre o que quis dizer com "provocava", o advogado disse: "Telefonar, coisa que o advogado tem de fazer. Está atrasando [o laudo], telefona pra lá, cobra. Vai demorar? Não tem nada de desonesto, isso é um dever que a gente tem". Dias, no entanto, disse não saber se os pedidos de Chokr eram ou não atendidos pelos peritos do IC.
"Ele [Chokr] pessoalmente não tinha [contato], muito embora ele acompanhasse a elaboração... e, às vezes, provocava até para que se apressassem porque há necessidade de um laudo da perícia, de um laudo pericial, para poder liberar a máquina", disse Dias.
Conforme a Folha informou dia 13, três peritos do IC, entre eles Paulo Bonjorno, diretor do núcleo de patrimônio do IC, atestaram que 20 máquinas da Reel Token, empresa de caça-níqueis defendida judicialmente por Chokr, pagavam, no mínimo, 80,75% das apostas e, no máximo, 102,84%. Isso significa que, em todas as apostas realizadas em alguns aparelhos, o apostador sai vencedor.
O secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, respondeu que os peritos do IC usam "algumas máquinas com percentual de devolução superior a 100% [que] são colocadas estrategicamente em pontos de grande movimento" e "funcionam como iscas", mas essas informações não constam nos laudos feitos pelo IC. (AC)


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