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Defensor diz que suspeito "provocava' peritos da polícia
DA REPORTAGEM LOCAL
O advogado José Carlos Dias,
ex-ministro da Justiça e ex-secretário da Justiça do Estado
de São Paulo, um dos defensores de Jamil Chokr, afirmou
ontem que seu cliente "provocava" peritos do IC (Instituto
de Criminalística), órgão vinculado à Polícia Civil responsável por investigar os caça-níqueis apreendidos ou lacrados.
Ao ser questionado sobre o
que quis dizer com "provocava", o advogado disse: "Telefonar, coisa que o advogado tem
de fazer. Está atrasando [o laudo], telefona pra lá, cobra. Vai
demorar? Não tem nada de desonesto, isso é um dever que a
gente tem". Dias, no entanto,
disse não saber se os pedidos de
Chokr eram ou não atendidos
pelos peritos do IC.
"Ele [Chokr] pessoalmente
não tinha [contato], muito embora ele acompanhasse a elaboração... e, às vezes, provocava
até para que se apressassem
porque há necessidade de um
laudo da perícia, de um laudo
pericial, para poder liberar a
máquina", disse Dias.
Conforme a Folha informou
dia 13, três peritos do IC, entre
eles Paulo Bonjorno, diretor do
núcleo de patrimônio do IC,
atestaram que 20 máquinas da
Reel Token, empresa de caça-níqueis defendida judicialmente por Chokr, pagavam, no mínimo, 80,75% das apostas e, no
máximo, 102,84%. Isso significa que, em todas as apostas realizadas em alguns aparelhos, o
apostador sai vencedor.
O secretário da Segurança
Pública, Ronaldo Marzagão,
respondeu que os peritos do IC
usam "algumas máquinas com
percentual de devolução superior a 100% [que] são colocadas
estrategicamente em pontos de
grande movimento" e "funcionam como iscas", mas essas informações não constam nos
laudos feitos pelo IC.
(AC)
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