São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Promotoria pede prisão de reitor no ABC

Dirigente é acusado de usar dinheiro do Centro Universitário Fundação Santo André para fazer turismo no Nordeste

Promotores querem a prisão de Odair Bermelho, acusado de ter falsificado notas fiscais e usar a verba; advogado do reitor nega as acusações

RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público do Estado de São Paulo pediu ontem à Justiça a prisão preventiva de Odair Bermelho, reitor do Centro Universitário Fundação Santo André, uma das instituições de ensino mais tradicionais da Grande São Paulo.
Ao mesmo tempo, apresentou uma denúncia em que acusa Bermelho de falsificar notas fiscais e de utilizar dinheiro do centro universitário em proveito pessoal. O advogado Sérgio Salomão Shecaira, que defende o reitor, nega as acusações.
As acusações se referem a uma viagem que ele fez ao Nordeste em 2005 para participar de dois congressos. Segundo os promotores, ele esteve em Fortaleza, mas não compareceu ao evento. Logo depois, foi para São Luís, com o objetivo de participar de uma jornada de educação que, segundo os promotores, nunca existiu.
As despesas somaram R$ 18 mil e foram pagas pelo centro universitário. "Na realidade, ele fez turismo à custa da fundação", diz Roberto Wider Filho, promotor do grupo especializado no combate ao crime organizado.
O Ministério Público começou a investigar o reitor em abril, quando recebeu, numa denúncia anônima, toda a prestação de contas daquela viagem. Os promotores constataram que recibos de jantares tiveram os valores adulterados, que o reitor esteve no interior do Ceará e do Maranhão nos dias em que deveria estar nos congressos, que várias notas fiscais de táxi foram assinadas por uma mesma pessoa e que o comprovante de participação na Jornada de Educação do Maranhão era falso.
De acordo com os promotores, a prisão preventiva foi pedida para impedir que o reitor fuja e para garantir que funcionários do centro universitário que servirão de testemunha não sejam pressionadas por ele.
Na denúncia, o Ministério Público pede que um auditor e um ex-pró-reitor da instituição também sejam processados. Segundo a ação levada à Justiça, os três "formaram verdadeira organização criminosa".
Na sexta passada, a Curadoria de Fundações do Ministério Público havia apresentado outra denúncia, pedindo o afastamento de Bermelho do cargo.


Texto Anterior: Caça a ilegais esvazia "Portelinha" nos EUA
Próximo Texto: Outro lado: Acusação é despropositada, diz advogado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.