|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Casal aboliu proteção 3 dias após se conhecer
VERIDIANA RIBEIRO
EM SÃO PAULO
Eles se conheceram por acaso na festa de um amigo e, naquela noite, usaram camisinha.
Nunca mais. Três dias depois,
quando decidiram morar juntos, o designer Mozart Fernandes, 38, e a cenógrafa Mônica
Rodrigues, 36, aboliram o preservativo. Mesmo assim, eles fizeram o teste de HIV.
Eles se encaixam no perfil de
casal que associa relacionamento estável a fidelidade. Segundo a pesquisa, homens solteiros usam quatro vezes mais
camisinha que casados; mulheres solteiras, duas vezes mais.
"A gente é super careta. Sacanagem mesmo, só entre nós",
afirma Mozart.
Mesmo namorando há três
anos, o professor de física Alexandre, 32, nunca deixa de usar
preservativo. O motivo foi "um
susto" que ele levou quando a
garota com quem saía achou
que estivesse grávida.
Ele diz isso ao contar que recentemente transou apenas
uma vez com uma garota de 27
que conheceu pela internet.
"Teclamos umas dez vezes e
marcamos o encontro. Ela era
bem melhor ao vivo. Mas nunca
transaria sem camisinha."
Acompanhando o professor
na passeata de alunos e funcionários da USP, ontem, estavam
as universitárias Daiana, 20,
Carla, 23, Gabriela, 22, e Laysa,
22, todas de uma geração que
ouviu muito sobre camisinha.
As quatro parecem confessar
uma gafe ao assumir que não
usam o preservativo.
"Elas [Carla, Gabriela e Laysa] negam que transam sem,
mas, depois, assumiram que raramente usam", diz Daiana,
que fez oito meses de namoro e
nunca -nem na primeira vez
com o rapaz- usou camisinha.
A partir da revelação da amiga, o grupo se solta um pouco:
Carla conta que gosta "muito"
de sexo casual e que eventualmente já sai pensando nisso.
O cabeleireiro Luigi Marques, 26, não tem a menor ilusão de fidelidade. Por isso,
mantém há três anos um "relacionamento aberto" "A gente
usa [camisinha] para penetração. Para sexo oral, não."
Adaptação
A advogada gaúcha aposentada Beatriz Pacheco, 60, usou o
preservativo pela primeira vez
quando tinha 48 anos e seu marido, 44. Naquele ano, ela havia
acabado de descobrir que tinha
o HIV, transmitido pelo marido
do casamento anterior.
Beatriz conta que, no começo, a adaptação foi difícil. "Meu
marido costumava dizer que
camisinha é como escova de
dente: tem que testar todos os
modelos para achar o melhor."
Ela diz que, na terceira idade,
gel e camisinha feminina são as
opções mais confortáveis, dada
a limitação na capacidade de
ereção dos homens e da lubrificação das mulheres.
Colaborou a Sucursal de Brasília
Texto Anterior: Sexo casual cresce no país, mas uso de camisinha cai Próximo Texto: Frase Índice
|