São Paulo, sexta-feira, 19 de junho de 2009

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Casal aboliu proteção 3 dias após se conhecer

VERIDIANA RIBEIRO
EM SÃO PAULO

Eles se conheceram por acaso na festa de um amigo e, naquela noite, usaram camisinha. Nunca mais. Três dias depois, quando decidiram morar juntos, o designer Mozart Fernandes, 38, e a cenógrafa Mônica Rodrigues, 36, aboliram o preservativo. Mesmo assim, eles fizeram o teste de HIV.
Eles se encaixam no perfil de casal que associa relacionamento estável a fidelidade. Segundo a pesquisa, homens solteiros usam quatro vezes mais camisinha que casados; mulheres solteiras, duas vezes mais.
"A gente é super careta. Sacanagem mesmo, só entre nós", afirma Mozart.
Mesmo namorando há três anos, o professor de física Alexandre, 32, nunca deixa de usar preservativo. O motivo foi "um susto" que ele levou quando a garota com quem saía achou que estivesse grávida.
Ele diz isso ao contar que recentemente transou apenas uma vez com uma garota de 27 que conheceu pela internet.
"Teclamos umas dez vezes e marcamos o encontro. Ela era bem melhor ao vivo. Mas nunca transaria sem camisinha."
Acompanhando o professor na passeata de alunos e funcionários da USP, ontem, estavam as universitárias Daiana, 20, Carla, 23, Gabriela, 22, e Laysa, 22, todas de uma geração que ouviu muito sobre camisinha.
As quatro parecem confessar uma gafe ao assumir que não usam o preservativo.
"Elas [Carla, Gabriela e Laysa] negam que transam sem, mas, depois, assumiram que raramente usam", diz Daiana, que fez oito meses de namoro e nunca -nem na primeira vez com o rapaz- usou camisinha.
A partir da revelação da amiga, o grupo se solta um pouco: Carla conta que gosta "muito" de sexo casual e que eventualmente já sai pensando nisso.
O cabeleireiro Luigi Marques, 26, não tem a menor ilusão de fidelidade. Por isso, mantém há três anos um "relacionamento aberto" "A gente usa [camisinha] para penetração. Para sexo oral, não."

Adaptação
A advogada gaúcha aposentada Beatriz Pacheco, 60, usou o preservativo pela primeira vez quando tinha 48 anos e seu marido, 44. Naquele ano, ela havia acabado de descobrir que tinha o HIV, transmitido pelo marido do casamento anterior.
Beatriz conta que, no começo, a adaptação foi difícil. "Meu marido costumava dizer que camisinha é como escova de dente: tem que testar todos os modelos para achar o melhor."
Ela diz que, na terceira idade, gel e camisinha feminina são as opções mais confortáveis, dada a limitação na capacidade de ereção dos homens e da lubrificação das mulheres.

Colaborou a Sucursal de Brasília



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