Mais de 10.500 pessoas tiveram de deixar suas casas em 42 cidades do Estado; comunidades ficaram isoladas

Cinco dos nove mortos são da mesma família; governo de Pernambuco decidiu decretar situação de emergência

FÁBIO GUIBU
DE RECIFE

As fortes chuvas que há sete dias atingem a região metropolitana de Recife e parte do interior de Pernambuco causaram as mortes de nove pessoas entre a noite de quinta e a manhã de ontem.
Segundo a Defesa Civil do Estado, nas 42 cidades afetadas pelos temporais, mais de 10.500 pessoas tiveram que deixar suas casas.
Comunidades ficaram isoladas. E a previsão é de que as chuvas continuem neste fim de semana.
Dos oito mortos registrados na capital pernambucana, cinco eram de uma mesma família.
Uma barreira deslizou na noite de quinta-feira sobre a casa onde um casal e suas três filhas dormiam, no bairro da Linha do Tiro, zona norte de Recife.
Os bombeiros foram acionados e resgataram inicialmente os corpos das irmãs Cristiane, 12, Luana, 5, e Eduarda de Andrade Costa, 3. Foi somente na madrugada de ontem que encontraram os corpos dos pais, Mauricéia de Andrade Costa e José Ednaldo Silva.

DESLIZAMENTOS
Na mesma região da cidade, outras duas crianças morreram no deslizamento de duas casas.
Uma das vítimas, um menino de um ano de idade, chegou a ser socorrido, mas acabou morrendo a caminho do hospital.
Em Cortês (a 125 km de Recife), um homem também foi soterrado e morreu.
Em Vitória do Santo Antão (a 40 km de Recife) houve inundações e deslizamento de barreiras. O acesso à cidade foi restrito.
Em Recife, foram registrados cerca de 40 deslizamentos. Ruas e avenidas alagaram e o trânsito ficou congestionado durante o dia. A prefeitura decretou estado de alerta máximo na cidade.
Só no município, mais de 450 pessoas tiveram que sair de casa devido aos temporais. Vários festejos juninos tiveram que ser cancelados ou adiados.
Segundo a Defesa Civil, choveu 148 mm em Recife e Olinda entre anteontem e ontem. O volume representa 42% da média histórica de chuva na capital no mês de junho, que é de 350 mm.
O maior índice pluviométrico registrado foi em Vitória de Santo Antão, onde choveu 155 mm no período. Um milímetro de chuva equivale à queda de um litro de água sobre uma superfície plana de um metro quadrado.
Recife e Jaboatão dos Guararapes (região metropolitana) foram os primeiros a receber ajuda do governo estadual, que doou colchões, comida e cobertores.
Técnicos da Defesa Civil ainda avaliam a situação nos demais municípios do Estado afetados.

EMERGÊNCIA
Ainda ontem, o governo de Pernambuco decidiu decretar situação de emergência em 13 cidades afetadas pelas chuvas. O governador Eduardo Campos (PSB) fez ontem um sobrevoo por regiões atingidas do Estado.


Texto Anterior: Há 50 Anos
Próximo Texto: Justiça ajuda pai de filho com doença rara
Índice