São Paulo, segunda-feira, 19 de julho de 2004

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Retorno baixo decepciona moradores

DA REPORTAGEM LOCAL

No prédio em que a dona-de-casa Lílian Azevêdo, 50, mora, na Penha (zona leste de São Paulo), a coleta seletiva não deu certo. Menos de um ano depois de implantada, a quantidade de material reciclável caiu a quase zero, e os contêineres são usados para lixo comum. O motivo: decepção.
"Todo mundo se desestimulou porque a gente imaginava que, vendendo o lixo, conseguiria reduzir o valor do condomínio. Quem quer ganhar dinheiro com isso pode tirar o cavalinho da chuva." Por mês, o "lucro" ficava abaixo de R$ 60 e não ajudava muito nas despesas do edifício.
A possibilidade de ajudar algum catador de rua é o que consola a dona-de-casa cada vez que ela joga uma lata no lixo comum.
Embora o diretor-presidente da Tomra Latasa, José Roberto Giosa, afirme que muitos condomínios conseguem usar o arrecadado na venda de latinhas para reduzir as despesas de manutenção, a história do prédio de Azevêdo não é a exceção, afirma Nathalie Gretillat, da Hubert Imóveis.
"Muitos dos clientes que nos procuram acham inicialmente que vão ter algum retorno financeiro, mas isso raramente ocorre. A gente recomenda que o que for arrecadado com a venda seja revertido para os funcionários do prédio, como forma de ajudá-los e de estimular a participação deles, que é fundamental para qualquer projeto dar certo", afirma.
Foi assim que a advogada Marcia Regina Miyamoto D'Angelo, 36, conseguiu fazer da coleta seletiva no prédio do qual é síndica, em Moema (zona sul de SP), um sucesso que já dura quase dois anos. O valor da venda do material (que vai de R$ 80 a R$ 150 por mês) é rateado. "Nem todos os 68 condôminos aderiram, mas ninguém veio perguntar o que o prédio ia ganhar com o projeto. O ganho prometido foi o ambiental."
No caso do Residencial Cinco, um dos condomínios de Alphaville, bairro de alto padrão em Barueri (Grande SP), o objetivo da coleta seletiva é social. As 5 t de recicláveis recolhidas mensalmente são encaminhadas para uma cooperativa de catadores, na vizinha Santana de Parnaíba. (MV)


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