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Retorno baixo decepciona moradores
DA REPORTAGEM LOCAL
No prédio em que a dona-de-casa Lílian Azevêdo, 50, mora, na
Penha (zona leste de São Paulo), a
coleta seletiva não deu certo. Menos de um ano depois de implantada, a quantidade de material reciclável caiu a quase zero, e os
contêineres são usados para lixo
comum. O motivo: decepção.
"Todo mundo se desestimulou
porque a gente imaginava que,
vendendo o lixo, conseguiria reduzir o valor do condomínio.
Quem quer ganhar dinheiro com
isso pode tirar o cavalinho da chuva." Por mês, o "lucro" ficava
abaixo de R$ 60 e não ajudava
muito nas despesas do edifício.
A possibilidade de ajudar algum
catador de rua é o que consola a
dona-de-casa cada vez que ela joga uma lata no lixo comum.
Embora o diretor-presidente da
Tomra Latasa, José Roberto Giosa, afirme que muitos condomínios conseguem usar o arrecadado na venda de latinhas para reduzir as despesas de manutenção,
a história do prédio de Azevêdo
não é a exceção, afirma Nathalie
Gretillat, da Hubert Imóveis.
"Muitos dos clientes que nos
procuram acham inicialmente
que vão ter algum retorno financeiro, mas isso raramente ocorre.
A gente recomenda que o que for
arrecadado com a venda seja revertido para os funcionários do
prédio, como forma de ajudá-los
e de estimular a participação deles, que é fundamental para qualquer projeto dar certo", afirma.
Foi assim que a advogada Marcia Regina Miyamoto D'Angelo,
36, conseguiu fazer da coleta seletiva no prédio do qual é síndica,
em Moema (zona sul de SP), um
sucesso que já dura quase dois
anos. O valor da venda do material (que vai de R$ 80 a R$ 150 por
mês) é rateado. "Nem todos os 68
condôminos aderiram, mas ninguém veio perguntar o que o prédio ia ganhar com o projeto. O ganho prometido foi o ambiental."
No caso do Residencial Cinco,
um dos condomínios de Alphaville, bairro de alto padrão em Barueri (Grande SP), o objetivo da
coleta seletiva é social. As 5 t de recicláveis recolhidas mensalmente
são encaminhadas para uma cooperativa de catadores, na vizinha
Santana de Parnaíba.
(MV)
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