RENATA BAPTISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O gerente do hipermercado Carrefour de São Caetano (Grande São Paulo) foi preso ontem de manhã sob a acusação de vender alimentos com prazo de validade vencido. É a segunda vez em uma semana que a rede tem funcionários presos pelo mesmo motivo. A empresa foi multada em R$ 15 mil. Em nota oficial, o grupo afirma que vai apurar o caso.
As irregularidades foram constatadas após denúncia feita pelo representante comercial Ronaldo Direst, que no último sábado foi ao 1º DP de São Caetano relatar que havia comprado uma caixa de hambúrgueres com o prazo de validade expirado há mais de um mês. O produto não chegou a ser consumido. De acordo com o delegado Adilson Aquino, denúncias como essas são raras.
Fiscais da Vigilância Sanitária do município foram à loja no domingo e constataram que, das 36 caixas do produto disponíveis, 32 estavam com data de fabricação de 15 de fevereiro de 2005 e validade até 15 de junho de 2005. Também foram constatadas irregularidades no setor de frios. Mais de 40 bandejas de embutidos fatiados estavam sem a data de validade e não tinham lacre.
O responsável pela Vigilância Sanitária de São Caetano, Edson Hiroshi Kakiuchi, disse que as fiscalizações no comércio do município são realizadas com freqüência e que outras redes já foram fiscalizadas e multadas.
O Carrefour, segundo ele, já havia sido notificado e até mesmo multado em razão de irregularidades em seus produtos.
Na semana passada, a Vigilância Sanitária recolheu amostras de arroz supostamente contaminado. O resultado da análise ainda não ficou pronto. A área de pescados também foi notificada devido a problemas na higienização e na manipulação dos alimentos.
O gerente foi detido sob a acusação de crime contra as relações de consumo e liberado após o pagamento de fiança de R$ 5.000.
No último dia 12, o gerente e o subgerente do Carrefour de Santo André foram detidos após uma mulher grávida ter passado mal depois de consumir queijo branco comprado no estabelecimento.
A Polícia Civil de Santo André encontrou no estabelecimento uma mortadela com data de validade adulterada, além de mais 130 itens vencidos, como pães, frios, carnes e chocolates.
Os dois funcionários foram liberados após o pagamento de fiança de R$ 4.000.
A nutricionista Mariângela Dalaqua disse que o consumo de alimentos fora do prazo de validade pode ocasionar náuseas, vômito, diarréia, febre e desidratação.


Texto Anterior: Há 50 anos: Começa encontro das quatro potências
Próximo Texto: Outro lado: Rede pede ajuda a consultoria e promete rigor
Índice