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Congonhas tem 42% de cancelamentos
Companhias aéreas transferem vôos para Guarulhos e passageiros remarcam passagem para não pousar no aeroporto
Para aterrissar na pista auxiliar, TAM reduz de 144 para 62 o número máximo de passageiros em vôos da ponte aérea em Airbus
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA
Doze horas após o acidente
com o Airbus-A320 da TAM, o
aeroporto de Congonhas voltou a operar às 6h54 de ontem.
A pista principal, centro polêmico do acidente, foi fechada,
o que causou atrasos e cancelamentos de vôos, já que a única
pista disponível era a auxiliar. A
pista, de acordo com a Infraero,
só será liberada no sábado.
Sem sua maior pista, Congonhas registrava 42% de cancelamentos e 23% de atrasos nos
226 vôos programados até as
19h de ontem. Alguns foram
transferidos para Guarulhos.
Na ponte aérea, os vôos da
TAM do aeroporto Santos Dumont para Congonhas saíam
com restrição para não ter mais
de 62 passageiros -um dos Airbus usados na ponte aérea
comporta 144 passageiros.
Segundo funcionários que
não quiseram se identificar, a
ordem veio da empresa em São
Paulo. As outras companhias
saíram com lotação normal.
"É decisão da empresa, para
aumentar a segurança, talvez.
Oficialmente, eles não sofreram restrição", informou a assessoria da Infraero.
Durante o dia, o movimento
de passageiros foi considerado
abaixo do normal por funcionários das companhias aéreas.
A TAM cancelou 19 vôos ontem e prevê mais cancelamentos hoje. Já a BRA transferiu
para Guarulhos os dois vôos
marcados para sair hoje de
Congonhas. A Gol e a Varig afirmaram que a maioria de seus
vôos cancelados ontem no país
era de Congonhas.
A Infraero não prevê alterações no funcionamento do aeroporto nos próximos dias, mas
a recomendação é a de confirmar o vôo antes de sair de casa.
Cancelamentos e alterações
de vôos marcados devem ser
informados aos clientes pelas
companhias aéreas.
Medo de Congonhas
O acidente com o Airbus da
TAM causou uma onda de cancelamentos e transferências de
vôos para Congonhas. Em Recife, pessoas com viagem marcada pegaram filas para alterar
passagens. No guichê da TAM,
de manhã, a Folha falou com
oito pessoas que mudaram
vôos para Guarulhos e com um
casal que adiou a viagem. Com
passagem para 1º de agosto, a
dentista Renata Vital mudou o
vôo. "Fiquei apavorada."
Em Salvador, ao menos 14
passageiros pediram troca de
bilhete para não ir a Congonhas. "Se não der para viajar
hoje [ontem], prefiro pagar
multa e remarcar para Guarulhos", diz a professora Maria do
Carmo Rezende, 47.
Em uma das principais agências de turismo do Ceará, a Casablanca, clientes aceitavam
tarifas extras para evitar Congonhas. Já em Belo Horizonte,
na Master Turismo, metade
dos que procuraram a agência
queria cancelar o vôo para São
Paulo ou ir para Guarulhos.
(EDUARDO GERAQUE, FÁBIO GUIBU, LUIZ FRANCISCO, KAMILA FERNANDES E ISADORA CAMARGOS)
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