São Paulo, quinta-feira, 19 de julho de 2007

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Congonhas tem 42% de cancelamentos

Companhias aéreas transferem vôos para Guarulhos e passageiros remarcam passagem para não pousar no aeroporto

Para aterrissar na pista auxiliar, TAM reduz de 144 para 62 o número máximo de passageiros em vôos da ponte aérea em Airbus

DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA

Doze horas após o acidente com o Airbus-A320 da TAM, o aeroporto de Congonhas voltou a operar às 6h54 de ontem.
A pista principal, centro polêmico do acidente, foi fechada, o que causou atrasos e cancelamentos de vôos, já que a única pista disponível era a auxiliar. A pista, de acordo com a Infraero, só será liberada no sábado.
Sem sua maior pista, Congonhas registrava 42% de cancelamentos e 23% de atrasos nos 226 vôos programados até as 19h de ontem. Alguns foram transferidos para Guarulhos.
Na ponte aérea, os vôos da TAM do aeroporto Santos Dumont para Congonhas saíam com restrição para não ter mais de 62 passageiros -um dos Airbus usados na ponte aérea comporta 144 passageiros.
Segundo funcionários que não quiseram se identificar, a ordem veio da empresa em São Paulo. As outras companhias saíram com lotação normal.
"É decisão da empresa, para aumentar a segurança, talvez. Oficialmente, eles não sofreram restrição", informou a assessoria da Infraero.
Durante o dia, o movimento de passageiros foi considerado abaixo do normal por funcionários das companhias aéreas.
A TAM cancelou 19 vôos ontem e prevê mais cancelamentos hoje. Já a BRA transferiu para Guarulhos os dois vôos marcados para sair hoje de Congonhas. A Gol e a Varig afirmaram que a maioria de seus vôos cancelados ontem no país era de Congonhas.
A Infraero não prevê alterações no funcionamento do aeroporto nos próximos dias, mas a recomendação é a de confirmar o vôo antes de sair de casa.
Cancelamentos e alterações de vôos marcados devem ser informados aos clientes pelas companhias aéreas.

Medo de Congonhas
O acidente com o Airbus da TAM causou uma onda de cancelamentos e transferências de vôos para Congonhas. Em Recife, pessoas com viagem marcada pegaram filas para alterar passagens. No guichê da TAM, de manhã, a Folha falou com oito pessoas que mudaram vôos para Guarulhos e com um casal que adiou a viagem. Com passagem para 1º de agosto, a dentista Renata Vital mudou o vôo. "Fiquei apavorada."
Em Salvador, ao menos 14 passageiros pediram troca de bilhete para não ir a Congonhas. "Se não der para viajar hoje [ontem], prefiro pagar multa e remarcar para Guarulhos", diz a professora Maria do Carmo Rezende, 47.
Em uma das principais agências de turismo do Ceará, a Casablanca, clientes aceitavam tarifas extras para evitar Congonhas. Já em Belo Horizonte, na Master Turismo, metade dos que procuraram a agência queria cancelar o vôo para São Paulo ou ir para Guarulhos.
(EDUARDO GERAQUE, FÁBIO GUIBU, LUIZ FRANCISCO, KAMILA FERNANDES E ISADORA CAMARGOS)


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