|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Familiares souberam da lista por rádio em Porto Alegre; RS amanheceu de luto
SIMONE IGLESIAS
FLÁVIO ILHA
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Familiares das vítimas do
acidente com o Airbus da TAM
experimentaram ontem uma
madrugada de desespero no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, agravada pela falta de
informações.
À meia-noite, mais de cinco
horas depois do acidente, cerca
de cem parentes foram levados
pela TAM, de ônibus, até o hotel Plaza São Rafael, no centro
da cidade, com a promessa de
esclarecimentos. Acabaram
abandonados no local -uma
funcionária da companhia ficou 30 minutos e foi embora.
Foi pelo rádio, no salão sem
representantes da TAM, que os
familiares ouviram, à 1h35 a divulgação da segunda lista de
passageiros, com 160 nomes. A
cada vítima citada seguiam-se
gritos e choro dos parentes.
Seis pessoas passaram mal e
receberam atendimento. "Fomos confinados em uma sala e
abandonados. Teríamos mais
informações em casa", disse
Renata Rocha, 33, que tinha um
tio no vôo.
Vôos para SP
Às 2h40, a TAM divulgou
uma lista de vôos para embarque dos parentes para São Paulo. Alguns familiares foram para casa buscar documentos dos
acidentados. Outros voltaram
ao aeroporto, onde permaneceram até as 9h30, quando partiu,
sob forte chuva, o primeiro vôo
para a capital paulista, com 67
parentes e amigos das vítimas.
Outro vôo saiu um minuto
depois, às 9h31, com 155 passageiros. Os outros familiares foram acomodados em outros
quatro vôos comerciais.
Luto
Em um dia de luto para o Rio
Grande do Sul, o arcebispo de
Porto Alegre, dom Dadeus
Grings, criticou -em uma missa em homenagem aos mortos
no acidente- a insegurança na
aviação civil brasileira. Grande
parte das vítimas morava na capital gaúcha. "Antes, viajávamos seguros. Agora, não temos
mais segurança", disse.
A missa, acompanhada por
cerca de 600 pessoas, teve a
presença, além da governadora
Yeda Crusius (PSDB), de deputados estaduais tucanos, do
prefeito de Porto Alegre, José
Fogazza (PR), e do senador
Paulo Paim (PSDB).
No centro da capital gaúcha,
a tragédia era o principal assunto. Crusius oficializou o luto por três dias no Estado.
A consternação se estendeu a
empresas e entidades que perderam funcionários no acidente. A PUC-RS lamentou a perda
de dois professores no acidente: Antônio Carlos de Souza e
Valdemarina de Souza.
Texto Anterior: Jovem piloto faria último teste para entrar na TAM Próximo Texto: "É difícil ter forças para enfrentar", diz tio de vítima Índice
|