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Para especialistas, condição da pista elevou gravidade
DA SUCURSAL DO RIO
As investigações sobre o que
causou o acidente com o vôo JJ
3054 estão só no início, mas especialistas afirmam que as condições da pista podem ter sido
um dos fatores determinantes
para a gravidade do acidente.
Respício Espírito Santo, presidente do Instituto Brasileiro
de Estudos Estratégicos e de
Políticas Públicas em Transporte Aéreo, diz que é preciso
apurar as condições em que a
pista principal de Congonhas
foi liberada, em 29 de junho,
após 45 dias de obras.
"A falha humana pode ter
ocorrido, mas as condições da
pista podem ter ajudado a
acontecer o que vimos", disse.
Segundo nota da Infraero,
responsável pela obra e que
contou com o aval da Anac, as
obras corrigiram as declividades e substituíram as camadas
gastas de asfalto.
A Folha procurou representantes da Anac ao longo do dia,
mas ninguém estava disponível
para comentar. O "grooving"
(ranhuras para escoamento
d'água) não foi feito antes da liberação da pista.
O especialista destaca que o
acidente comprova ainda a falta de relacionamento entre as
autoridades aeronáuticas e o
poder local. "O aeroporto não
está encravado em São Paulo,
mas São Paulo é que engoliu o
aeroporto", disse, em referência ao crescimento do número
de moradores nos arredores.
Para Élnio Borges, diretor do
Sindicato Nacional dos Aeronautas, o acidente revela a falta
de atenção com as condições da
pista de Congonhas. "Ela ficou
anos sem manutenção. Quando fizeram algo, entregaram a
pista de forma provisória."
Na avaliação de Moacyr
Duarte, da Coppe/UFRJ, as
conseqüências do acidente foram determinadas em parte
pelas características de Congonhas. "Em qualquer falha que
ocorra no sistema de Congonhas, a conseqüência é projetada para a comunidade vizinha."
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