São Paulo, sábado, 19 de julho de 2008

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Ladrões de banco matam policial e atropelam criança

Grupo tentou assaltar agência do Bradesco no Butantã; na fuga, 2 criminosos morreram

Investigador morto estava de folga; dois dos ladrões foram perseguidos e mortos por outro policial que passava pelo local do crime

Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
Corpo de assaltante que morreu após tentar roubar banco no Butantã (zona oeste de SP); um policial e um suspeito também morreram

LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em cerca de 10 minutos, uma tentativa de assalto a uma agência do Bradesco no Butantã (zona oeste) se transformou ontem pela manhã em um confronto que acabou com um policial civil e dois dos criminosos mortos, duas pedestres atropeladas (uma delas uma menina de 7 anos) e testemunhas em pânico com a perseguição -que teve tiros, batidas de carros e o estacionamento de uma loja invadido por um veículo.
Esse foi o tempo transcorrido entre os primeiros tiros, na agência bancária, e a morte de um dos criminosos, a 400 metros de distância.
A menina sofreu escoriações leves e a mãe nem chegou a receber atendimento médico.
Segundo o delegado Luiz Antônio Pinheiro, do GOE (Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil), pelo menos seis criminosos armados tentaram assaltar, por volta do meio-dia, a agência bancária, localizada na avenida Ministro Laudo Ferreira de Camargo.
Dois deles ficaram presos no detector de metais. Um dos vigilantes desconfiou da dupla e avisou o policial Rafael Ferraz Terra, 29, do GOE, que, à paisana e de folga, havia ido ao banco para pagar contas.
O policial seguiu a dupla até o lado de fora da agência e tentou abordar os criminosos, que responderam atirando. Cercado, Terra foi baleado no peito e morreu instantes depois.
A quadrilha tentou fugir, mas dois dos criminosos foram perseguidos e mortos pelo policial Carlos Henrique Mendes Navas, 38, também do GOE e que, de folga, passava pelo local.
"Foi uma coincidência", disse o delegado Pinheiro.

Documentos
Após o tiroteio, a polícia encontrou duas pistas. Uma delas é a carteira de identidade de um dos supostos assaltantes, Adanias Roberto da Silva, 34.
A outra pista é a placa do Astra usado na fuga; ele pertence à namorada de um dos criminosos, segundo a polícia. Na casa dela, no Capão Redondo (zona sul), a Polícia Civil achou R$ 12 mil. Os policiais também prenderam um irmão de Adanias Silva, que foi localizado com entorpecentes.
Para a polícia, os criminosos tinham como objetivo assaltar um carro-forte que iria abastecer a agência. Vizinhos do banco relataram que, dez minutos após a tentativa de assalto, um carro-forte chegou ao local. As câmeras de segurança registraram parte do tiroteio.
Com os criminosos mortos foram apreendidos dois revólveres. No Astra, foi encontrada uma metralhadora portátil.
Procurado, o Bradesco não se pronunciou sobre o caso.
O número de assaltos a banco em São Paulo vem caindo desde 2006. Nos três primeiros meses deste ano, a capital teve 40 ocorrências, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública. No mesmo período de 2007 foram 67 e, em 2006, 74 casos.


Colaboraram CRISTINA MORENO DE CASTRO e o "Agora"



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