São Paulo, sábado, 19 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fuga só terminou após colisão contra loja

DA REPORTAGEM LOCAL A perseguição pelas ruas do Butantã só terminou quando o Astra ocupado por dois dos ladrões que tentaram assaltar o Bradesco invadiu o estacionamento de um pet shop e se chocou contra a fachada da loja, cerca de 400 metros distante da agência bancária.
A ação criminosa que deixou três mortos teve início quando pelo menos seis assaltantes armados tentaram entraram na agência do Bradesco.
As câmeras de segurança mostram que um deles carregava uma mochila que depois foi achada com uma metralhadora portátil dentro, segundo o delegado José Roberto Arruda, do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos).
Dois dos criminosos ficaram presos no detector de metais da agência, segundo a polícia. Um dos vigilantes desconfiou da dupla e alertou o policial Rafael Ferraz Terra, do GOE (Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil), que estava de folga e pagava suas contas.
Terra seguiu os suspeitos até o lado de fora da agência. Ali, ele foi cercado pelos outros criminosos da quadrilha. Da rua, um ladrão em uma moto chegou a atirar.
Segundo o delegado Luiz Antônio Pinheiro, do GOE, Terra chegou a balear na perna um dos assaltantes antes de ser atingido no peito. Os primeiros disparos foram ouvidos por uma testemunha às 11h45.
Depois de balear o policial, os criminosos tentaram fugir em motos e um carro. O policial Carlos Henrique Mendes Navas, que também é do GOE e estava de folga, passava pelo local no momento dos tiros. Ele passou a perseguir dois assaltantes que estavam em um Astra.
Durante a fuga, os bandidos atropelaram duas pedestres e bateram em dois carros. Eles só pararam mais adiante, quando o Astra chocou-se contra a fachada de um pet shop.
"Um funcionário meu ia colocar uma casinha de cachorro no porta-malas de um carro, mas falei para ele tirar o pó antes. Se não fosse por isso, ele teria sido atropelado pelo Astra", disse o comerciante Gilnei Soares Maciel, dono da loja.
Às 11h54, Maciel telefonou para a polícia militar.
Segundo o boletim de ocorrência, os dois criminosos desceram do carro atirando contra o policial do GOE.
Navas, que segundo seus colegas já havia feito cursos com a SWAT -a polícia especial americana-, é atirador de elite e instrutor de tiro, matou um dos ladrões com um tiro na cabeça e seguiu o outro até uma loja de suprimentos para postos de gasolina, vizinha ao pet shop. O segundo criminoso foi morto lá dentro. Segundo a polícia, ele não conhecia o colega morto.
As pedestres atropeladas foram medicadas e liberadas.
O investigador morto morava com os pais e trabalhava no GOE havia três anos. "Nós perdemos um amigo e a população perdeu um bom servidor", disse o delegado Pinheiro, chefe do policial morto.
O supervisor do GOE, delegado Luiz Antonio Pinheiro, elogiou a postura de Terra na abordagem dos ladrões no Bradesco, por ter evitado um tiroteio dentro da agência e não ter colocado em risco a vida dos clientes do banco.

Até a noite de ontem, as identidades dos suspeitos mortos não haviam sido divulgadas. A polícia tinha a identificação de dois suspeitos que continuavam foragidos.














Texto Anterior: Ladrões de banco matam policial e atropelam criança
Próximo Texto: Foi apavorante, afirma dono de pet shop
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.