|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VALDIR SILVA (1956-2010)
Bira, pintor de Fernandópolis
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Aos 17, Valdir Silva foi viver como queria: de arte. Autodidata, passou a pintar
quadros e a se sustentar com
o dinheiro que conseguia tirar das vendas das obras.
Desde criança chamado de
Bira em casa, ele tascou um
sobrenome inventado depois
do apelido e começou a assinar como Bira Torricelli.
Em São Paulo, onde nasceu, o artista viveu por pouco
tempo, pois a família decidiu
se mudar para a cidade de
Macedônia, no interior do Estado. Era filho de uma costureira e de um autônomo.
Ainda jovem, foi para Fernandópolis, um município
de 63.539 habitantes no interior paulista. Chegou a trabalhar em escritório e depois
passou pela Cesp (Companhia Energética de SP).
Até optar pela pintura. Enfurnado num quarto na casa
dos pais, com quem morou
até o fim da vida, Bira começou a colorir cangaceiros em
ambiente árido e de sol escaldante. Seus trabalhos tinham uma temática social.
Para o jornalista Vic Renesto, que edita um jornal na
cidade, as obras do amigo remetem a Glauber Rocha.
Em 2008, até público internacional o pintor alcançou:
oito de suas obras foram expostas numa galeria virtual
da Saatchi Gallery, de Londres, Inglaterra.
Pacato e caseiro, também
gostava de escrever -ganhou, inclusive, concurso literário, conta a irmã, Célia.
Diariamente, por volta das
11h30, batia ponto na agência Caiçara, banca de revistas
de Fernandópolis onde se encontrava com os amigos.
Na terça-feira passada,
sentiu-se mal e sofreu um infarto. Morreu aos 54 anos.
Solteiro, não deixa filhos.
coluna.obituario@uol.com.br
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Air France registra o 4º problema em oito dias Índice
|