São Paulo, segunda-feira, 19 de julho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VALDIR SILVA (1956-2010)

Bira, pintor de Fernandópolis

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Aos 17, Valdir Silva foi viver como queria: de arte. Autodidata, passou a pintar quadros e a se sustentar com o dinheiro que conseguia tirar das vendas das obras.
Desde criança chamado de Bira em casa, ele tascou um sobrenome inventado depois do apelido e começou a assinar como Bira Torricelli.
Em São Paulo, onde nasceu, o artista viveu por pouco tempo, pois a família decidiu se mudar para a cidade de Macedônia, no interior do Estado. Era filho de uma costureira e de um autônomo.
Ainda jovem, foi para Fernandópolis, um município de 63.539 habitantes no interior paulista. Chegou a trabalhar em escritório e depois passou pela Cesp (Companhia Energética de SP).
Até optar pela pintura. Enfurnado num quarto na casa dos pais, com quem morou até o fim da vida, Bira começou a colorir cangaceiros em ambiente árido e de sol escaldante. Seus trabalhos tinham uma temática social.
Para o jornalista Vic Renesto, que edita um jornal na cidade, as obras do amigo remetem a Glauber Rocha.
Em 2008, até público internacional o pintor alcançou: oito de suas obras foram expostas numa galeria virtual da Saatchi Gallery, de Londres, Inglaterra.
Pacato e caseiro, também gostava de escrever -ganhou, inclusive, concurso literário, conta a irmã, Célia.
Diariamente, por volta das 11h30, batia ponto na agência Caiçara, banca de revistas de Fernandópolis onde se encontrava com os amigos.
Na terça-feira passada, sentiu-se mal e sofreu um infarto. Morreu aos 54 anos. Solteiro, não deixa filhos.

coluna.obituario@uol.com.br


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: Air France registra o 4º problema em oito dias
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.