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Comércio cobra mais segurança
DA REPORTAGEM LOCAL
Comerciantes que trabalham
nas ruas onde aconteceram os
ataques dizem que a situação na
área não mudou e que a região
continua exposta ao risco. "O policiamento não melhorou. Um dia
desses mataram uma pessoa aqui
e a polícia demorou meia hora para chegar", conta Ronaldo Freitas,
funcionário de uma lanchonete
na rua Barão de Iguape, onde
uma moradora de rua conhecida
como Maria foi morta. O local fica
próximo ao 1º DP.
Segundo ele, apesar da insegurança, os moradores de rua continuam dormindo na área.
A situação se repete na rua Tabatingüera, onde Cosme Machado foi morto na madrugada de 19
de agosto de 2004. "No outro dia
já tinha gente dormindo aí", diz o
comerciante Mauro Calixto.
A violência na área fez com que
o valor do seguro pago por Toninho Fávero, 42, dono de um estacionamento, passasse de R$ 1.000
para R$ 3.000.
Já a praça da Sé, onde houve
dois ataques, permanece como
ponto de referência. "Aqui a gente
fica junto. Depois das mortes,
sempre ficavam duas pessoas de
guarda para proteger os outros",
conta o morador de rua Vítor
Francisco da Silva, 56. Ele diz que
conhecia Pantera, morto em um
dos ataques. "Gente boa", lembra.
A mulher de Silva, Elizabeth
Barbosa Lima, 21, reclama do fato
de o crime não ter sido solucionado. "Nós somos minoria, um povo esquecido pela sociedade." O
casal mora na rua há dois anos e
meio. Eles saíram de casa por terem brigado com a família.
Outro lado
O porta-voz do comando da PM
na capital, tenente Emerson Massera Ribeiro, refuta as reclamações dos comerciantes. "A área é
muito bem policiada. Procuramos sempre que os indicadores
[de criminalidade] sejam trazidos
para níveis aceitáveis", afirmou.
Segundo ele, comparando o terceiro bimestre deste ano com o
mesmo período do ano passado,
houve uma redução de 42% no
número de homicídios dolosos e
uma queda de 5% nos roubos.
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