São Paulo, sexta-feira, 19 de agosto de 2005

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Comércio cobra mais segurança

DA REPORTAGEM LOCAL

Comerciantes que trabalham nas ruas onde aconteceram os ataques dizem que a situação na área não mudou e que a região continua exposta ao risco. "O policiamento não melhorou. Um dia desses mataram uma pessoa aqui e a polícia demorou meia hora para chegar", conta Ronaldo Freitas, funcionário de uma lanchonete na rua Barão de Iguape, onde uma moradora de rua conhecida como Maria foi morta. O local fica próximo ao 1º DP.
Segundo ele, apesar da insegurança, os moradores de rua continuam dormindo na área.
A situação se repete na rua Tabatingüera, onde Cosme Machado foi morto na madrugada de 19 de agosto de 2004. "No outro dia já tinha gente dormindo aí", diz o comerciante Mauro Calixto.
A violência na área fez com que o valor do seguro pago por Toninho Fávero, 42, dono de um estacionamento, passasse de R$ 1.000 para R$ 3.000.
Já a praça da Sé, onde houve dois ataques, permanece como ponto de referência. "Aqui a gente fica junto. Depois das mortes, sempre ficavam duas pessoas de guarda para proteger os outros", conta o morador de rua Vítor Francisco da Silva, 56. Ele diz que conhecia Pantera, morto em um dos ataques. "Gente boa", lembra.
A mulher de Silva, Elizabeth Barbosa Lima, 21, reclama do fato de o crime não ter sido solucionado. "Nós somos minoria, um povo esquecido pela sociedade." O casal mora na rua há dois anos e meio. Eles saíram de casa por terem brigado com a família.

Outro lado
O porta-voz do comando da PM na capital, tenente Emerson Massera Ribeiro, refuta as reclamações dos comerciantes. "A área é muito bem policiada. Procuramos sempre que os indicadores [de criminalidade] sejam trazidos para níveis aceitáveis", afirmou.
Segundo ele, comparando o terceiro bimestre deste ano com o mesmo período do ano passado, houve uma redução de 42% no número de homicídios dolosos e uma queda de 5% nos roubos.


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