|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Rota do litoral paulista deve ganhar ao menos 10 pedágios
Rio-Santos poderá receber até 6 praças; na Tamoios, 2 pontos já foram definidos
Estudos apontam cobrança também na Mogi-Dutra, na Mogi-Bertioga, já no trecho de descida da serra, e na Oswaldo Cruz, que leva a Ubatuba
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo de São Paulo tem
estudos, já em fase final, que
preveem a instalação de pelo
menos dez praças de pedágio
nas rodovias de acesso às praias
paulistas, incluindo a Rio-Santos (SP-55), entre a região de
Bertioga e Ubatuba, extremo
do litoral norte do Estado.
Dois pontos, nos km 13 e 57
da rodovia dos Tamoios, do Vale do Paraíba a Caraguatatuba,
já foram definidos. Os demais
ainda estão sob a análise do comitê gestor das PPPs (Parcerias Público Privadas) do governo José Serra (PSDB).
A Rio-Santos, principal estrada no contorno das praias
paulistas, poderá receber até
seis praças de pedágio, sendo
quatro delas no litoral norte
-região que compreende São
Sebastião, Caraguatatuba, Ilhabela e Ubatuba.
Os estudos da gestão tucana
também estabelecem a criação
de pontos de cobrança na Mogi-Dutra, na Mogi-Bertioga, já
na descida da serra, e na Oswaldo Cruz (SP-125), uma estrada
sinuosa que leva a Ubatuba.
O plano do governo Serra é
lançar ainda neste semestre a
concessão à iniciativa privada
de novos lotes de rodovias. Mas
a tendência é que a cobrança de
pedágio seja iniciada apenas
depois das eleições estaduais e
presidenciais de 2010. Antes, só
haveria a realização de melhorias e de obras nas estradas.
Na Rio-Santos, altura de São
Sebastião, há praças em estudo
na praia Preta, nas proximidades de Juqueí, e na saída sul da
cidade. Outra cabine pode ser
instalada em Caraguatatuba,
nas imediações do posto da Polícia Rodoviária Estadual.
A última ficaria no trecho federal da rodovia, entre Ubatuba e Paraty, a 2 km da divisa SP-RJ. Mas isso depende da transferência da estrada ao Estado.
Mobilização
A Folha apurou que a intenção do Estado é privatizar a
operação dessas rodovias em
dois lotes. Uma das áreas da licitação deve ter somente a Rio-Santos. Já a outra deve reunir
as demais rodovias de acesso
ao litoral e a Floriano Rodrigues Pinheiro (SP-123), entre
Taubaté e Campos do Jordão.
A construção de pedágios
planejada já mobiliza entidades e políticos das regiões afetadas. Amanhã, o secretário
dos Transportes, Mauro Arce, e
o deputado governista Luís
Carlos Gondim (PPS) vão se
reunir com moradores de Mogi
das Cruzes para debater a proposta. "Sou contra pedágio em
estrada com pista simples. E
também é preciso detalhar as
obras que serão feitas na Mogi-Bertioga", afirma Gondim.
O assunto está na pauta da
reunião do dia 26 do colegiado
dos 39 vereadores da frente
parlamentar do litoral norte.
"É um temor. Com tanto pedágio, será que algum turista vai
querer vir para cá?", questiona
o presidente da frente, Valdir
Veríssimo (PPS), de Ilhabela.
Moradores do litoral paulista
temem ser afetados pela cobrança em deslocamentos pequenos entre praias da região.
Luiz Celio Bottura, ex-presidente da Dersa (empresa do
Estado), considera que a concessão das rodovias no litoral
norte pode ser positiva ou negativa dependendo da utilidade
das obras que ficarem a cargo
das concessionárias. "Tudo depende da qualidade do viário e
dos acessos. É isso que vai dizer
se a cobrança vale a pena ou se
é só arrecadatória", afirma.
Para ele, a melhor alternativa para evitar situações injustas e atenuar a resistência de
moradores é adotar uma política de fidelização -pela qual os
motoristas que passam pelo
pedágio diariamente possam
pagar uma tarifa menor. O sistema, com controle eletrônico,
foi adotado nas marginais da
Castello Branco.
(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO e ALENCAR IZIDORO)
Texto Anterior: Há 50 Anos Próximo Texto: Hospitais atendem a menos casos da gripe Índice
|