São Paulo, quarta-feira, 19 de agosto de 2009

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Hospitais atendem a menos casos da gripe

Sete instituições apontam queda em SP; segundo ministério, do dia 9 ao 15 houve 111 casos graves no país, ante 794 na semana anterior

Órgão diz que números podem ser um "indicativo preliminar" de tendência de queda, mas que dados não são totalmente atualizados


DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A procura de pacientes com gripe nos hospitais de São Paulo caiu. A Folha consultou ontem seis das dez instituições privadas de referência e quatro disseram ter notado diminuição na busca pelo pronto-socorro. O mesmo ocorreu no Hospital das Clínicas.
O Ministério da Saúde também informou ontem que os casos da gripe A (H1N1) podem estar mesmo recuando no país. De 9 a 15 de agosto, foram registrados 111 casos graves da nova gripe e 3 da sazonal -outros 4.171 estão em investigação. Na semana anterior, foram 794 casos graves e, nas últimas semanas de julho, a média foi de 800.
No total, o país registra 368 mortes pela doença, 151 no Estado de São Paulo (no último boletim estadual eram 134).
A pasta diz que os dados podem ser um "indicativo preliminar" de tendência de queda, mas ressalva que, talvez, não reflitam a realidade, pois muitos Estados não os atualizaram. No boletim da semana anterior, por exemplo, havia registro de 102 casos graves -que foram atualizados para 794.
No Hospital Albert Einstein, o número de pacientes com síndrome gripal caiu de 40% a 50% na semana passada, em relação à anterior. No Sírio-Libanês, a queda foi de 30% nos últimos cinco dias, a mesma do HC.
A tendência de recuo também foi observada pelo laboratório Fleury, que faz exames de hospitais privados. Segundo o responsável pelo setor de infectologia, Celso Granato, o número de exames diários caiu de 140 para 50. Isso, diz ele, pode ser reflexo da redução do número de casos graves, já que eles são a maioria dos testados.
Além disso, atualmente, de 10% a 15% dos testes dão positivo para gripe A. Nas semanas anteriores, eram de 50% a 70%.
Granato pondera, entretanto, que é cedo para dizer que a doença está recuando. Os novos resultados dos exames podem ser reflexo de mudanças recentes em São Paulo, onde grávidas e crianças de dois anos, mesmo com sintomas leves, passaram a ser testadas. Antes, o exame só era feito em casos graves.
Um dos fatores para a mudança, dizem especialistas, é a melhora do tempo. Mas eles avisam que a procura pode crescer com a volta às aulas. (TALITA BEDINELLI e JOHANNA NUBLAT)


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