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CONTROLE CANINO
Falta definir punição e órgão fiscalizador
Falhas impedem aplicação de leis sobre criação de cães violentos
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo em cidades onde já existem leis para conter o aumento da população de cães violentos, os resultados das medidas adotadas não são muito animadores.
Os principais problemas são a falta de fiscalização e de regulamentação das leis.
Belo Horizonte, por exemplo,
tem desde o fim de abril uma lei
cuja finalidade é extinguir a criação de pit bulls na cidade, mas,
como ainda não foi regulamentada, a lei não entrou em vigor.
Proposta pelo vereador Antônio Pinheiro (PV), a lei proíbe a
importação, adoção, comercialização, criação e manutenção dos
cães da raça. A partir da regulamentação (a prefeitura está analisando o caso), os donos terão 30
dias para registrar e esterilizar os
animais. As punições previstas
são a perda de propriedade do cão
e uma multa de R$ 500.
No Rio de Janeiro, a maneira
que a Assembléia Legislativa encontrou para tentar conter o número de cães agressivos foi aprovar um projeto do deputado Carlos Minc (PT) proibindo a venda e
determinando a esterilização de
todos os cães da raça pit bull.
A lei, restrita à raça e a seus cruzamentos, foi aprovada em 1999 e
sancionada pelo então governador Anthony Garotinho. Na avaliação do autor da lei, porém, ela é
apenas parcialmente cumprida.
Segundo Minc, alguns dos artigos, como o que prevê a esterilização e a aplicação de multas aos
donos, dependem de regulamentação, o que ainda não ocorreu.
"Não há, por exemplo, uma definição de quem vai aplicar as
multas aos donos dos cães. É preciso definir se é a Polícia Militar
ou a Guarda Municipal", diz.
Em Piracicaba e Jundiaí (ambas
no interior de SP), há leis específicas que obrigam donos de cães de
raças consideradas violentas a colocar focinheira em seus animais,
sob pena de apreensão do cão e
pagamento de multa. Mas, sem
fiscalização, que é obrigação das
prefeituras, a lei não é cumprida
em nenhum dos dois municípios.
Em São Paulo, a Assembléia Legislativa aprovou, na semana passada, um projeto que proíbe a comercialização, reprodução e importação de cães das raças pit bull, rottweiler e mastim napolitano em todo o Estado. A proposta
precisa ser sancionada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), mas já gera revolta entre defensores dos animais.
Europa e EUA
A restrição à criação de cães de
raças violentas também acontece
em países da Europa e nos Estados Unidos. Na Alemanha, os
cães considerados agressivos têm
de usar focinheira e seus donos
estão sujeitos a pagar mais impostos por possui-los. A importação
dos cachorros é proibida.
Na França, as regras são semelhantes e o pit bull é considerado
um dos cães mais perigosos.
Em Maryland, nos EUA, pit
bulls nascidos após 3 de fevereiro
de 1997, considerados ilegais, são
banidos do país. Os animais nascidos antes dessa data são obrigados a ficar presos num canil.
Colaboraram Annette Schröder, free-lance para a Folha, a Sucursal do Rio, a
Agência Folha e a Folha Campinas
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