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POLÍCIA SOB SUSPEITA
Marco Antonio Desgualdo teve conversa com um assessor gravada em investigação do Ministério Público
CPI quer ouvir delegado-geral sobre grampo
DA REPORTAGEM LOCAL
A CPI da Pirataria da Câmara
dos Deputados pretende ouvir na
próxima semana o delegado-geral
da Polícia Civil de São Paulo, Marco Antonio Desgualdo. Segundo o
presidente da CPI, deputado Luiz
Antonio de Medeiros (PL-SP),
Desgualdo será convidado -e
não convocado- a falar aos deputados.
Uma conversa telefônica do delegado-geral com um assessor foi
interceptada por grampos da Procuradoria da República.
Uma autoridade envolvida na
investigação disse ontem à Folha
que, na gravação, Desgualdo deu
ordem ao delegado Luiz Carlos
dos Santos, o China, para que
alertasse outro delegado de que
estava sendo investigado pela
Promotoria estadual.
Na conversa, captada em grampo no dia 15 de julho deste ano e
cujo resumo foi publicado ontem
no jornal "O Estado de S. Paulo",
o delegado-geral conta ao assessor que fora informado de que o
delegado Antonio Carlos da Silva,
chefe da Polícia Civil no Vale do
Paraíba, estava com o telefone
grampeado e que a mulher dele
havia sido filmada em um hotel
ao lado de bicheiros.
Força-tarefa
Em tese, segundo o Ministério
Público Estadual, o diálogo pode
caracterizar crime de prevaricação, já que Desgualdo teria determinado que o delegado fosse alertado sobre os grampos.
O caso, porém, está sendo analisado pela força-tarefa que recebeu da Procuradoria da República do Distrito Federal as gravações e as transcrições dos grampos do telefone de China.
No grampo, Desgualdo teria
afirmado que recebera a informação sobre a investigação do ex-secretário da Segurança Pública do
Estado Marco Vinicio Petrelluzzi,
que é procurador de Justiça.
Ontem, o delegado-geral afirmou que a notícia não partiu do
ex-secretário, com quem diz não
falar desde fevereiro.
Cúpula
O presidente da CPI da Pirataria
disse que as investigações estão
"avançando em direção da cúpula
da polícia". "Não há nenhum prova concreta contra o delegado-geral. Mas há citações em grampos
que precisam ser esclarecidas",
disse Medeiros.
O deputado disse que Desgualdo deve ser convidado a falar à
CPI na próxima semana.
Segundo ele, outros delegados
seccionais serão convocados
-condição mais rígida, que torna a presença obrigatória.
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