|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Provas são "suficientes"
DA REPORTAGEM LOCAL
A Procuradoria da República
em São Paulo considera "suficientes" as provas apresentadas à Justiça na denúncia contra o delegado da Polícia Federal Alexandre
Morato Crenite, que anteontem
foi colocado em liberdade, após
ficar dez dias preso, pelo juiz Ali
Mazloum, da 7ª Vara Criminal
Federal da capital paulista.
Mazloum ainda não recebeu a
denúncia contra o policial -acusado de corrupção, violação de sigilo funcional e favorecimento-
e não decretou a prisão preventiva como havia sido pedido pelo
Ministério Público Federal.
"Diante da não-apreciação da
denúncia e do pedido de prisão
preventiva contra o delegado, Ari
Natalino da Silva e Wellengton
Campos, por parte do juízo da 7ª
Vara, o Ministério Público Federal considera que as provas que
chegaram oficialmente ao seu conhecimento referentes às interceptações realizadas e autorizadas
judicialmente são absolutamente
íntegras e irrefutáveis, para não
dizer escandalosas dos inúmeros
fatos analisados no período em
que foram detectados os atos de
corrupção e outros crimes praticados por Crenite, Ailva e Campos", disseram as procuradoras
Karen Louise Jeanette Kahn e
Anamara Osório de Sordi, em nota oficial divulgada ontem.
Para o Ministério Público Federal, o delegado deixou de cumprir
ordens judiciais contra o empresário Ari Natalino da Silva, dono
da Petroforte, e, de acordo com os
grampos, teria recebido dinheiro
para "trabalhar a liberdade dele".
Wellengton Campos, ex-advogado de Silva, e a mulher do empresário, Débora Aparecida Gonçalves, também estariam envolvidos
no caso.
A Folha apurou que o juiz quer
receber todos os grampos telefônico da investigação feita pelo Ministério Público Federal, ao longo
de nove meses, e não só os trechos
referentes ao delegado, que foram
apresentados.
Depois da análise desse material, que está na 10ª Vara Criminal
do Distrito Federal, é que ele deverá se manifestar sobre a denúncia e pedido de prisão.
A assessoria da Justiça Federal
em São Paulo informou ontem à
Folha que não estava conseguindo falar com o juiz para explicar o
motivo de sua decisão.
Na denúncia apresentada anteontem, as procuradoras pediram ainda a prisão do dono da Petroforte e do ex-advogado dele.
De acordo com informações da
Polícia Federal, o delegado retornou às suas funções.
Texto Anterior: Para Promotoria, informação pode ter vazado Próximo Texto: Delegado-geral aparece em grampo Índice
|