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São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 2003

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Provas são "suficientes"

DA REPORTAGEM LOCAL

A Procuradoria da República em São Paulo considera "suficientes" as provas apresentadas à Justiça na denúncia contra o delegado da Polícia Federal Alexandre Morato Crenite, que anteontem foi colocado em liberdade, após ficar dez dias preso, pelo juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal Federal da capital paulista.
Mazloum ainda não recebeu a denúncia contra o policial -acusado de corrupção, violação de sigilo funcional e favorecimento- e não decretou a prisão preventiva como havia sido pedido pelo Ministério Público Federal.
"Diante da não-apreciação da denúncia e do pedido de prisão preventiva contra o delegado, Ari Natalino da Silva e Wellengton Campos, por parte do juízo da 7ª Vara, o Ministério Público Federal considera que as provas que chegaram oficialmente ao seu conhecimento referentes às interceptações realizadas e autorizadas judicialmente são absolutamente íntegras e irrefutáveis, para não dizer escandalosas dos inúmeros fatos analisados no período em que foram detectados os atos de corrupção e outros crimes praticados por Crenite, Ailva e Campos", disseram as procuradoras Karen Louise Jeanette Kahn e Anamara Osório de Sordi, em nota oficial divulgada ontem.
Para o Ministério Público Federal, o delegado deixou de cumprir ordens judiciais contra o empresário Ari Natalino da Silva, dono da Petroforte, e, de acordo com os grampos, teria recebido dinheiro para "trabalhar a liberdade dele". Wellengton Campos, ex-advogado de Silva, e a mulher do empresário, Débora Aparecida Gonçalves, também estariam envolvidos no caso.
A Folha apurou que o juiz quer receber todos os grampos telefônico da investigação feita pelo Ministério Público Federal, ao longo de nove meses, e não só os trechos referentes ao delegado, que foram apresentados.
Depois da análise desse material, que está na 10ª Vara Criminal do Distrito Federal, é que ele deverá se manifestar sobre a denúncia e pedido de prisão.
A assessoria da Justiça Federal em São Paulo informou ontem à Folha que não estava conseguindo falar com o juiz para explicar o motivo de sua decisão.
Na denúncia apresentada anteontem, as procuradoras pediram ainda a prisão do dono da Petroforte e do ex-advogado dele.
De acordo com informações da Polícia Federal, o delegado retornou às suas funções.


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