São Paulo, quarta-feira, 19 de setembro de 2007

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Jobim indicará economista a Lula para presidir Anac

Solange Paiva Vieira substituiria Milton Zuanazzi, que pode renunciar ao cargo

Economista trabalha atualmente como assessora do ministro; no governo de FHC, ela foi secretária de Previdência Complementar

Sérgio Lima - 10.jan.2001/Folha Imagem
Solange Vieira, indicada por Nelson Jobim para presidir a Anac


ELIANE CANTANHÊDE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, vai levar hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o nome da economista Solange Paiva Vieira para a presidência da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). O cargo é ocupado hoje por Milton Zuanazzi, que deve renunciar ao mesmo tempo em que a indicação de Solange for enviada ao Congresso, segundo estratégia desenhada por Jobim.
A idéia inicial do ministro era indicar a economista para a secretaria nacional de Aviação Civil, cargo a ser criado para coordenar o setor. Diante das dificuldades em encontrar nomes para a diretoria da Anac, que tem dois cargos vagos, Jobim decidiu indicar Solange Paiva para presidir a agência.
Solange, que é economista do BNDES, trabalha atualmente como assessora de Jobim. No governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), foi secretária de Previdência Complementar.
Desde que Jobim assumiu o Ministério da Defesa, após o acidente com o vôo 3054 da TAM, em julho, ele fez diversas críticas à atuação da Anac. Dos cinco diretores da agência, três renunciaram ao cargo: Denise Abreu, Jorge Luiz Velozo e Leur Lomanto. Além de Zuanazzi, indicado em 2006 para presidir a agência, Josef Barat permanece no cargo. Os diretores da Anac têm mandato de cinco anos.
Jobim já indicou o brigadeiro Allemander Pereira para uma diretoria técnica, mas o militar ainda não foi sabatinado no Senado. Se o presidente confirmar a indicação de Solange Paiva para o lugar de Zuanazzi, ainda restariam duas vagas na diretoria a serem preenchidas.
No começo do mês, durante reunião do Conselho Nacional de Turismo, Zuanazzi disse que tem mandato e que não iria deixar o cargo pressionado. "Ninguém vai dizer a hora que eu tenho de sair, se eu tenho mandato." Indicado com o apoio dos ministros Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais) e Dilma Rousseff (Casa Civil), ele teve atritos com Jobim.
"Não estou aqui para atrapalhar a vida de governo, de ministério, nem de nada", disse na ocasião. "Seria horrível uma agência ter um presidente que não se dá com um ministro. Não sou um empecilho a absolutamente nada. Por isso, ninguém vai me enxovalhar."


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