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entrevista
Greve é por uma polícia melhor, diz sindicalista
DA REPORTAGEM LOCAL
Representante de uma
das entidades mais mobilizadas na greve dos policiais civis, Sérgio Marcos
Roque, 66, presidente da
associação dos delegados
do Estado, admitiu ontem
que a greve traz "transtornos" à população mas afirma que ela é necessária para tornar a polícia mais eficiente. Para ele, as pressões do governo, principalmente em relação aos
delegados, não iria desmobilizar a categoria.
FOLHA - A gestão Serra
(PSDB) está pressionando pelo
fim da greve?
SÉRGIO MARCOS ROQUE - Sim.
O governo tem exercido
pressão mas por meio das
matérias pagas na imprensa, não só da capital, mas
também no interior e em
várias rádios do interior,
ameaçando os policiais
com punição administrativa caso persistam com o
movimento.
FOLHA - A pressão está surtindo efeito?
ROQUE - Não está surtindo
efeito, pelo menos não na
paralisação direta, porque
estamos na legitimidade
da lei. Tem pressão em cima dos delegados titulares
e dos delegados seccionais,
que ocupam cargos de
confiança. Eles são questionados pelos seus superiores e informam que
suas delegacias não estão
em greve, mas não é o que
acontece na prática.
FOLHA - O que achou das declarações do governo de que a
greve se aproveita da proximidade das eleições?
ROQUE - Iniciamos reuniões em fevereiro deste
ano e encaminhamos ofício em maio [para o governo], para que fosse aberta
a negociação. O secretário
da Segurança Pública nunca me chamou para uma
conversa.
FOLHA - Mas a população
não está sendo prejudicada?
ROQUE - A gente sente isso, não gostaríamos de estar causando esse transtorno à população do Estado de São Paulo. Mas tudo
o que está se fazendo resultará em benefício para
o povo, porque a polícia será mais eficiente. Um policial melhor remunerado
poderá se dedicar integralmente ao trabalho e não
precisará fazer bico, por
exemplo.
FOLHA - Sindicatos e associações podem mudar suas exigências?
ROQUE - Negociação vale
tudo. Podemos pensar em
outras maneiras de como a
polícia pode ser beneficiada. A eleição de delegado-geral não é prioridade, é
um anseio. Dentre as prioridades está o reajuste salarial.
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