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Menino de 7 anos leva para casa granada achada na rua
Garoto brincou com artefato encontrado na volta da escola e chegou a arremessá-lo no chão
"Pensei que fosse uma pedra", disse Mateus Rodrigues
da Silva; avô ligou para a polícia, que buscou o objeto na residência da família
PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma granada encontrada no
caminho de volta da escola
transformou o garoto Mateus
Rodrigues da Silva, 7, no herói
de anteontem do Jardim Alviverde, subdistrito de Parelheiros (extremo sul da cidade).
Sem saber do que se tratava,
Mateus brincou com o projétil,
chutou-o, arremessou-o no
chão e, o que é mais intrigante,
saiu ileso da experiência.
A granada chegou intacta na
casa de dois cômodos onde Mateus mora com a mãe, um irmão de um ano e dois meses e o
avô, o respositor de mercadoria
(nas prateleiras de um supermercado vizinho) Sebastião
Vieira Rodrigues, 48.
"Liguei para a polícia e eles
vieram buscar a granada aqui
em casa", conta Sebastião. Segundo ele, o artefato foi acondicionado em uma caixa blindada
e levado pelo Grupo de Ações
Táticas Especiais (Gate), da Polícia Militar.
Mas, afinal, o que uma granada fazia no chão de terra de um
ermo a 6 km da avenida Teotônio Vilela, a mais conhecida de
Parelheiros, e a cerca de 40 km
do centro de São Paulo?
A assessoria da Secretaria da
Segurança Pública de SP não
soube dizer. Afirmou apenas
que a granada deverá ser detonada pelo Gate.
O avô do garoto diz que, na visita dos policiais, ouviu que poderia ser uma granada do Exército. No BO, informa-se que se
tratava de uma granada M-36.
De acordo com uma fonte
militar do serviço de fiscalização de produtos controlados do
Exército, não é "um armamento de dotação" da força.
Não foi possível, sem ver o artefato, afirmar se se tratava de
uma granada "defensiva", do tipo que espalha fragmentos e é
mais agressiva, ou "ofensiva",
usada para explodir trincheiras
e na invasão de casas. A primeira tem relevos como um "abacaxi"; a outra é lisa.
Hora do recreio
Na escola onde Mateus cursa
o primeiro ano do ensino fundamental, ele foi cercado ontem por coleguinhas que queriam mais detalhes da história
que o deixou famoso na região.
"Pensei que (a granada) fosse
uma pedra", diz ele. Conta que
só estranhou a argola na extremidade. Chegou a puxá-la mas,
com sua força de criança, não
conseguiu mais do que fazê-la
deslocar-se um pouco.
No relato para o jornal, na ladeira íngreme onde mora, Mateus é acompanhado por primos e coleguinhas da vizinhança, que o ajudam com detalhes
eventualmente esquecidos da
história que ele já contou
"umas cem vezes".
Estão no portão, também, a
mãe, Patrícia, 24, o avô e a tia,
com três filhos pequenos. Eles
esperam por mais repórteres.
Mateus faz seu relato sorrindo
marotamente, agora que
aprendeu para sempre o que é
uma granada.
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