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Lei seca reduz total de feridos na Grande SP
Queda foi de 44% nos 3 meses da medida; nas rodovias federais e estaduais privatizadas, houve redução de 5% no número de mortes
Especialistas avaliam que bebidas alcóolicas têm menos impacto na explicação
de índices em estradas do
que em áreas urbanas
RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os resultados da lei seca no
Estado de São Paulo foram
mais significativos na região
metropolitana da capital do
que nas estradas federais e estaduais privatizadas, conforme
apontam dados do governo do
Estado e da PRF (Polícia Rodoviária Federal) dos primeiros
meses após a adoção da medida, iniciada em 19 de junho.
A queda de 44% do número
de feridos em acidentes na região metropolitana, registrada
nos primeiros 30 dias da lei, se
manteve nos dois meses seguintes. A comparação é com o
mesmo período do ano passado, segundo a Secretaria de Estado da Saúde -a pasta não tinha os dados sobre mortes.
Já a quantidade de feridos
em acidentes ficou praticamente inalterada nas estradas
pedagiadas. O número de mortos caiu 5% e o de acidentes diminuiu 8%, na comparação entre julho deste ano e de 2007
-a Artesp (agência que fiscaliza as concessões estaduais) não
tem dados mais recentes.
Nas estradas federais que
cortam o Estado, somados os
meses de julho e de agosto, o
número de feridos diminuiu
18%; o de mortos, 13%; e o total
de acidentes aumentou 12%,
segundo a PRF.
"Fator álcool"
Especialistas avaliam que o
"fator álcool" tem menos impacto na explicação de índices
de acidentes e mortalidade nas
estradas. "O alcoolismo não é o
maior problema nas rodovias.
Os acidentes estão mais ligados
a velocidade e imprudência. E
sua redução depende mais de
outros fatores, como fiscalização e sinalização", afirma o professor de engenharia de tráfego
da UnB Paulo César Marques.
"Ir para o bar e beber é um
comportamento tipicamente
urbano. Na estrada, o que conta
[para explicar a maior parte dos
acidentes] é a imprudência.
Mas uma imprudência sóbria",
afirma o consultor de transportes Vernon Kohl.
O governo do Estado também atribuiu o impacto mais
brando da lei nas estradas à diferença de hábito dos motoristas, que "dificilmente bebem
tanto antes de pegar a estrada",
afirma o diretor de operações
da Artesp, Sebastião Martins.
Outra explicação, diz ele, é a
proibição da venda de bebida
alcoólica nas estradas, que já
valia antes da lei seca.
Frota
Segundo o inspetor Edson
Varanda, chefe da comunicação da PRF, a alta do número de
acidentes nas estradas federais
é decorrência do "aumento da
frota" que circula nas rodovias.
"Mas, com a lei seca, os acidentes passaram a ser menos graves", afirmou Varanda.
A Artesp também divulgou
ontem balanço de acidentes
nas estradas pedagiadas até julho. O número de mortos somou 433 -4,8% menos que no
mesmo período em 2007.
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