São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 2008

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"Policiais têm sofrido pressão do governo", diz líder grevista

DA REPORTAGEM LOCAL Representante de uma das entidades mais mobilizadas na greve dos policiais civis, Sérgio Marcos Roque, 66, presidente da associação dos delegados do Estado, afirmou ontem que o movimento está sofrendo pressões do governo, mas diz que a paralisação continua.  

FOLHA - A gestão Serra (PSDB) está pressionando pelo fim da greve? SÉRGIO MARCOS ROQUE - Sim. O governo tem exercido pressão mais por meio das matérias pagas na imprensa, não só da capital, mas também no interior e em várias rádios do interior, ameaçando os policiais com punição administrativa caso persistam com o movimento.

FOLHA - A pressão está surtindo efeito? ROQUE - Não está surtindo efeito, pelo menos não na paralisação direta, porque estamos na legitimidade da lei. Tem pressão em cima dos delegados titulares e dos delegados seccionais, que ocupam cargos de confiança. Eles são questionados pelos seus superiores e informam que suas delegacias não estão em greve, mas não é o que acontece na prática.

FOLHA - O que achou das declarações do governo de que a greve se aproveita da proximidade das eleições? ROQUE - Iniciamos reuniões em fevereiro deste ano e encaminhamos ofício em maio [para o governo], para que fosse aberta a negociação. O secretário da Segurança Pública nunca me chamou para uma conversa.

FOLHA - Como fica a população? Ela está sendo prejudicada? ROQUE - A gente sente isso, não gostaríamos de estar causando esse transtorno à população do Estado de São Paulo.

FOLHA - Como o cidadão está sendo prejudicado? ROQUE - Esperar muito tempo para a elaboração de boletins de ocorrência. Isso nós não achamos bom.

FOLHA - Sindicatos e associações podem baixar suas exigências? ROQUE - Negociação vale tudo. Podemos pensar em outras maneiras de como a polícia pode ser beneficiada. A eleição de delegado-geral não é prioridade, é um anseio. Dentre as prioridades está o reajuste salarial.


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