DA SUCURSAL DO RIO

Há seis anos que Marcos Vinícius da Cruz, 17, não se classifica apenas como estudante, mas também como "cobrador de van".
Cursando atualmente a sétima série do ensino fundamental -quando deveria estar no segundo ano do ensino médio-, ele ganha cerca de R$ 500 por mês ajudando motoristas do transporte alternativo na zona norte do Rio.
Vinícius conta que começou a trabalhar por iniciativa própria, porque "via os outros trabalhando nas vans e achava legal". "Queria comprar as minhas coisas", diz.
Ele abandonou os estudos aos 11 anos para trabalhar com o pai na van. "Minha mãe não gostava." Na época, Vinícius trabalhava 12 horas por dia.
Morador da Ilha do Governador (zona norte), Vinícius voltou a estudar há três anos, mas não parou de trabalhar. Ele não tem carteira assinada, e afirma que todo o "salário" que recebe é para uso próprio, embora ajude a família em algumas ocasiões.
"Neste ano consigo tirar a minha carteira [de habilitação], e quero continuar no ramo para conseguir a minha van", diz Vinícius.


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