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Atores levam para a rua histórias da Barra Funda
Intervenções fazem parte da nova peça da Cia São Jorge de Variedades
Cracolândia, projetos de revitalização e histórias do passado estão entre os temas abordados nas intervenções urbanas
LETICIA DE CASTRO
DE SÃO PAULO
Embaixo do Minhocão, as
belas e rebolativas Dzi Craquetes despertam a libido de
passantes e moradores.
A poucos metros dali, engenheiros e políticos da "secretaria de cosmética urbana" vendem um revolucionário projeto de urbanização
que fará da Barra Funda uma
"Barra Limpa" cheia de bulevares arborizados.
Temperadas com ironia e
sarcasmo, cenas como essas
tomarão o bairro da zona oeste paulistana na próxima semana, quando a Cia São Jorge de Variedades transformará as ruas no palco de ensaios de seu próximo espetáculo, "Barafonda", que homenageia a região e tem estreia prevista para 2011.
A pesquisa começou no
ano passado, com livros, filmes, músicas, sopa e cachaça -cardápio dos encontros
promovidos com moradores.
Dessa convivência, o grupo tirou inspiração para as
sete esquetes que serão encenadas, em que temas urgentes da cidade dividem espaço
com histórias do passado.
"Queremos ser artistas de
um lugar. Deixar o espaço seguro da sala de espetáculo e
ocupar a rua", afirma a diretora Georgette Fadel.
Enquanto o crack é lembrado nas alegóricas Dzi Craquetes -as noias glamurosas inspiradas no grupo teatral Dzi Croquettes- , a tiririca -roda de samba e capoeira criada no bairro no passado- também é lembrada.
O grupo já havia ocupado
as ruas da região em seu espetáculo anterior, "Quem
não Sabe mais Quem É e Onde Está Precisa se Mexer".
Mesmo assim, quando fazem seus experimentos pelas
ruas, com perucas loiras e figurinos futuristas, ainda
causam estranhamento.
"Baixou a pombajira nesse
povo", soltou uma moradora
ao ver a performance.
O cortejo teatral sai da sede da companhia, na rua Lopes de Oliveira, 342, de terça
a domingo, às 11h.
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