São Paulo, domingo, 19 de setembro de 2010

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Atores levam para a rua histórias da Barra Funda

Intervenções fazem parte da nova peça da Cia São Jorge de Variedades

Cracolândia, projetos de revitalização e histórias do passado estão entre os temas abordados nas intervenções urbanas


LETICIA DE CASTRO
DE SÃO PAULO

Embaixo do Minhocão, as belas e rebolativas Dzi Craquetes despertam a libido de passantes e moradores.
A poucos metros dali, engenheiros e políticos da "secretaria de cosmética urbana" vendem um revolucionário projeto de urbanização que fará da Barra Funda uma "Barra Limpa" cheia de bulevares arborizados.
Temperadas com ironia e sarcasmo, cenas como essas tomarão o bairro da zona oeste paulistana na próxima semana, quando a Cia São Jorge de Variedades transformará as ruas no palco de ensaios de seu próximo espetáculo, "Barafonda", que homenageia a região e tem estreia prevista para 2011.
A pesquisa começou no ano passado, com livros, filmes, músicas, sopa e cachaça -cardápio dos encontros promovidos com moradores.
Dessa convivência, o grupo tirou inspiração para as sete esquetes que serão encenadas, em que temas urgentes da cidade dividem espaço com histórias do passado.
"Queremos ser artistas de um lugar. Deixar o espaço seguro da sala de espetáculo e ocupar a rua", afirma a diretora Georgette Fadel.
Enquanto o crack é lembrado nas alegóricas Dzi Craquetes -as noias glamurosas inspiradas no grupo teatral Dzi Croquettes- , a tiririca -roda de samba e capoeira criada no bairro no passado- também é lembrada.
O grupo já havia ocupado as ruas da região em seu espetáculo anterior, "Quem não Sabe mais Quem É e Onde Está Precisa se Mexer".
Mesmo assim, quando fazem seus experimentos pelas ruas, com perucas loiras e figurinos futuristas, ainda causam estranhamento. "Baixou a pombajira nesse povo", soltou uma moradora ao ver a performance.
O cortejo teatral sai da sede da companhia, na rua Lopes de Oliveira, 342, de terça a domingo, às 11h.


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