São Paulo, segunda-feira, 19 de setembro de 2011

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Pompeia vai ter obras antienchente apenas em 2015

Várias ruas e avenidas da região inundam uma vez a cada 17 dias durante as fortes tempestades de verão

Início do alargamento e da canalização dos rios da área já vai melhorar o escoamento da água, segundo a prefeitura

JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO

A maior obra antienchente prevista pela gestão Gilberto Kassab (PSD) para a região da Pompeia (zona oeste de São Paulo) só deverá ficar pronta para o verão de 2015.
A previsão está na consulta pública, recém-lançada pela prefeitura, para ampliar a capacidade de escoamento dos córregos Água Preta e Sumaré, os principais da região.
O edital prevê prazo de 30 meses para as obras após assinatura da ordem de serviço. Antes, no entanto, será preciso finalizar a consulta pública, depois fazer a pré-qualificação das empresas e, por fim, a concorrência.
"Então, vamos ter mais três enchentes. Não entendo", diz Maria Antonieta de Lima e Silva, presidente da Associação Amigos de Vila Pompeia.
A região é historicamente afetada pelas inundações. O aumento da impermeabilização piora a situação.
O problema atinge principalmente o perímetro formado pelas rua Turiaçu e avenidas Pompeia, Antártica e Francisco Matarazzo.
Levantamento feito pela Folha neste ano mostra que a região fica inundada uma vez a cada 17 dias no verão.
A construção de galerias para ampliar a vazão dos córregos está orçada em R$ 140 milhões e deverá ser custeada por recursos da operação urbana Água Branca.
O dinheiro viria de pagamentos feitos por empreendedores imobiliários em troca de autorização da prefeitura para construir acima dos limites previstos em lei.
Hoje com R$ 132 milhões em caixa, a Operação Urbana existe no papel desde 1995 e nunca viabilizou uma obra sequer contra cheias na área.

PISCINÃO
Os dois córregos têm trajetos parecidos -nascem na parte alta e descem em direção ao rio Tietê cortando bairros como Perdizes e Pompeia.
As obras incluirão basicamente o alargamento do leito e sua canalização com tubos de concreto. Os objetivos básicos são aumentar a vazão e evitar transbordamentos.
Segundo Maria Antonieta, só intervir nos dois córregos não vai conter as cheias. "Tem de ter um piscinão."
A possibilidade de fazer um reservatório está descartada pela prefeitura.
Além da canalização dos córregos, o município aposta, dentro da operação urbana, em aumentar as áreas verdes, como parques lineares, para tornar mais permeável o solo na região.
Segundo a prefeitura, depois de tomar a decisão de fazer a canalização dos córregos, há um ano, o trâmite legal para contratação das empresas começou a correr.
Apesar do prazo longo para encerrar as obras na Pompeia, diz o poder público, haverá impactos positivos na contenção das cheias antes de sua total conclusão.
"À medida que obras tiverem início, as melhorias no escoamento das águas pluviais serão sentidas pela população", diz a prefeitura.


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