Queixa de erro médico sobe 55% em 5 anos
da Reportagem Local
O número de denúncias sobre
erros médicos que chegam ao
Conselho Regional de Medicina
de São Paulo aumentou 55% entre 93 e 98.
Segundo o presidente do CRM,
Pedro Paulo Monteleone, o aumento desordenado das faculdades é um dos fatores responsáveis
por esse crescimento.
Isso porque, segundo ele, muitos médicos acabam tendo formação insatisfatória, já que até
30% dos 8.000 médicos formados
anualmente no país não conseguem encontrar vaga para fazer
residência médica.
"Esses recém-formados sem
grandes qualificações acabam indo trabalhar em pronto-socorros
da rede pública, onde se paga mal,
tratando de casos complicados",
diz José Erivalder Guimarães,
presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo.
Segundo Monteleone, esses médicos dependem de inúmeros
exames para fazer o diagnóstico,
já que, despreparados, não conseguem fazê-lo durante a consulta.
"Cerca de 80% dos casos poderiam ser detectados na consulta,
mas não são", diz. "E, mesmo
com os exames, muitas vezes os
diagnósticos são equivocados."
Em 93, o conselho recebeu 1.207
denúncias de erros médicos
-120 médicos receberam punição após conclusão dos processos. Em 98, as denúncias subiram
para 1.874 -foram punidos 187
médicos. Metade das queixas se
referem a imprudência, imperícia
e negligência -principalmente
na assistência ao parto.
(PRISCILA LAMBERT)
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