São Paulo, Terça-feira, 19 de Outubro de 1999
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Queixa de erro médico sobe 55% em 5 anos

da Reportagem Local

O número de denúncias sobre erros médicos que chegam ao Conselho Regional de Medicina de São Paulo aumentou 55% entre 93 e 98.
Segundo o presidente do CRM, Pedro Paulo Monteleone, o aumento desordenado das faculdades é um dos fatores responsáveis por esse crescimento.
Isso porque, segundo ele, muitos médicos acabam tendo formação insatisfatória, já que até 30% dos 8.000 médicos formados anualmente no país não conseguem encontrar vaga para fazer residência médica.
"Esses recém-formados sem grandes qualificações acabam indo trabalhar em pronto-socorros da rede pública, onde se paga mal, tratando de casos complicados", diz José Erivalder Guimarães, presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo.
Segundo Monteleone, esses médicos dependem de inúmeros exames para fazer o diagnóstico, já que, despreparados, não conseguem fazê-lo durante a consulta. "Cerca de 80% dos casos poderiam ser detectados na consulta, mas não são", diz. "E, mesmo com os exames, muitas vezes os diagnósticos são equivocados."
Em 93, o conselho recebeu 1.207 denúncias de erros médicos -120 médicos receberam punição após conclusão dos processos. Em 98, as denúncias subiram para 1.874 -foram punidos 187 médicos. Metade das queixas se referem a imprudência, imperícia e negligência -principalmente na assistência ao parto.
(PRISCILA LAMBERT)

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