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"Eu me senti excluído", diz ex-aluno
DA REPORTAGEM LOCAL
O prejuízo material existe, afinal um professor da rede pública
ganha mais quando tem o diploma, pode ser contratado e ter a segurança de uma carteira de trabalho. Mas, para Aristeu Heliodoro
Gomes Filho, 37, ex-aluno do curso de licenciatura em matemática
da PUC-SP que não foi inscrito
pela universidade no provão 2001,
a perda em auto-estima foi mais
significativa.
"Eu fui chamado pela chefe de
departamento e informado de
que não faria o exame porque tinha umas DPs (dependências, espécie de recuperação para quem
não consegue ser aprovado em
uma disciplina) no meu currículo.
Não entendi, porque as DPs não
me impediriam de me formar e
conhecia colegas que também tiveram dificuldades e não foram
cortados do provão", conta.
"Na minha avaliação, eu era um
aluno normal, todo mundo tem
seus altos e baixos. Mas, depois de
ter sido "vetado", comecei a achar
que era tratado de forma diferente, me sentia excluído." O problema era maior, diz, porque foi o
único não-inscrito numa turma
pequena (cerca de seis alunos).
Gomes Filho conta que não
questionou o fato de não fazer o
provão porque teve medo de represálias. "Me disseram que não
ia ser prejudicado e fiquei quieto."
Ele ainda não recebeu o diploma, mas mantém seu emprego de
professor temporário de matemática na rede estadual. "Dou aulas à
noite, mas um emprego só não é
suficiente. Só que sem o diploma
fica mais difícil conseguir vaga
nas escolas particulares."
(MV)
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