São Paulo, sábado, 19 de outubro de 2002

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"Eu me senti excluído", diz ex-aluno

DA REPORTAGEM LOCAL

O prejuízo material existe, afinal um professor da rede pública ganha mais quando tem o diploma, pode ser contratado e ter a segurança de uma carteira de trabalho. Mas, para Aristeu Heliodoro Gomes Filho, 37, ex-aluno do curso de licenciatura em matemática da PUC-SP que não foi inscrito pela universidade no provão 2001, a perda em auto-estima foi mais significativa.
"Eu fui chamado pela chefe de departamento e informado de que não faria o exame porque tinha umas DPs (dependências, espécie de recuperação para quem não consegue ser aprovado em uma disciplina) no meu currículo. Não entendi, porque as DPs não me impediriam de me formar e conhecia colegas que também tiveram dificuldades e não foram cortados do provão", conta.
"Na minha avaliação, eu era um aluno normal, todo mundo tem seus altos e baixos. Mas, depois de ter sido "vetado", comecei a achar que era tratado de forma diferente, me sentia excluído." O problema era maior, diz, porque foi o único não-inscrito numa turma pequena (cerca de seis alunos).
Gomes Filho conta que não questionou o fato de não fazer o provão porque teve medo de represálias. "Me disseram que não ia ser prejudicado e fiquei quieto."
Ele ainda não recebeu o diploma, mas mantém seu emprego de professor temporário de matemática na rede estadual. "Dou aulas à noite, mas um emprego só não é suficiente. Só que sem o diploma fica mais difícil conseguir vaga nas escolas particulares." (MV)


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