DA SUCURSAL DO RIO

A governadora Benedita da Silva (PT) admitiu ontem ter sofrido ameaças de morte de traficantes que conseguiram entrar na frequência de rádio da Polícia Militar. "Vamos sair num "bonde", tocar o terror e matar a governadora Benedita", disseram os autores da ameaça, segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública.
A governadora disse que, "como ser humano", se assustou, mas que não se intimidará nem mudará os hábitos. Segundo ela, a ação dos criminosos é uma reação ao combate à violência promovido por seu governo.
Benedita disse que o serviço de inteligência da polícia ainda não tem pistas sobre a autoria das ameaças, feitas na madrugada de anteontem. A governadora afirmou que seu esquema de segurança não mudará.
A governadora usa um carro blindado há dois meses. Benedita não revela quantos são os responsáveis por sua proteção, mas ontem, na Baixada Fluminense, era escoltada por 17 policiais fardados e à paisana.
Pelo menos três autoridades da gestão de Benedita já sofreram ameaças de morte desde o início do governo. Uma delas é a coordenadora de Segurança, Jacqueline Muniz. Ela disse que o governo impediu um atentado armado por traficantes.
O Rio teve ontem mais uma noite e uma madrugada violenta. Pelo menos sete pessoas morreram e quatro ficaram feridas em tiroteios espalhados pela cidade.
A PM apreendeu oito armas -uma metralhadora, cinco revólveres, uma pistola e uma escopeta-, 773 sacolés (pequenos embrulhos) de cocaína, 1 kg de maconha e três camisetas com inscrições da facção criminosa Comando Vermelho.
O episódio mais violento aconteceu em Benfica (zona norte), por volta das 5h30. Quatro seguranças particulares foram baleados por desconhecidos quando iam para o trabalho em dois carros da firma Vigilância Patrimonial. Dois deles morreram.


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