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São Paulo, domingo, 19 de outubro de 2003

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Paciente chegou a casar para se sentir melhor

DA REPORTAGEM LOCAL

Houve um período em que Fátima acordava "com vontade de não acordar", "de sumir para onde não existisse ninguém". Sentia dores em todas as partes do corpo, sofria de síndrome do pânico, de sudorese, de taquicardia, "de tudo".
Entrava em pânico só de ouvir uma freada de carro, ou ficava "travada" só de sentar ao volante.
Faz três anos que Maria de Fátima Silva Almeida, 33, vem tomando antidepressivos. Hoje, trabalha num escritório, dirige e está cursando enfermagem.
A doença só foi diagnosticada depois de dois anos. "Era um mal-estar tão generalizado que eu passei por clínico geral, cardiologista, ginecologista", ela conta. "Fiz todos os exames, não deu nada." Chegou a se casar na esperança de se sentir melhor. Depois que melhorou, o casamento acabou.
O primeiro médico que diagnosticou depressão retirou a medicação assim que ela se sentiu melhor. "Fiquei pior ainda", diz. Foi seu psiquiatra, com o qual continua em tratamento, que manteve uma medicação contínua.
Os médicos alertam que a solução para a depressão pode estar na psicoterapia, "mas o ideal é uma combinação do remédio com práticas psicoterápicas", diz o psiquiatra Luiz Alberto Hetem, professor da pós-graduação em saúde mental da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto.
Ele acha que a psicoterapia clássica deve ser associada a uma psico-orientação, informando o paciente sobre a doença e a importância do tratamento continuado.
(AURELIANO BIANCARELLI)



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