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Epidemia de dengue já atinge 127 cidades paulistas
Esses municípios registraram, até agora, pelo menos 300 casos por 100 mil habitantes
Serra e o secretário Barradas (Saúde) afirmam que a situação está controlada e que o gasto com o combate à doença aumentou
CINTHIA RODRIGUES
ODERSIDES ALMEIDA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Um em cada cinco municípios de São Paulo enfrenta uma
epidemia de dengue a pouco
mais de dois meses do início do
verão -estação em que a doença costuma se agravar. Foram
registradas 16 mortes neste ano
no Estado.
Das 645 cidades paulistas,
127 registraram neste ano pelo
menos 300 casos por 100 mil
habitantes, patamar usado pelo
Ministério da Saúde como critério para caracterizar a epidemia. Os cálculos utilizaram os
registros da doença no Centro
de Vigilância Epidemiológica
(CVE) de São Paulo e os dados
de população do IBGE.
No Estado todo, a situação
ainda não caracteriza epidemia. Com 65.869 casos e 41 milhões de habitantes, o índice cai
para 161 casos para 100 mil habitantes.
Durante lançamento nacional da campanha contra a
doença, na terça, o ministro da
Saúde, José Gomes Temporão,
afirmou que o país "vive uma
epidemia de dengue", apesar de
o índice ainda ser inferior ao
critério adotado pela sua pasta.
No Brasil, são 481.316 pessoas
infectadas e 190 milhões de habitantes ou 253 vítimas em 100
mil habitantes.
Ele lembrou que o número
de casos da doença no país cresceu 49,77% de janeiro a setembro, em relação a igual período
de 2006. Em São Paulo, o número atual já é 24% maior do
que todo o ano passado e 12 vezes maior do que 2005, quando
ocorreram 5.400 casos.
Interior
Cidades pequenas têm a pior
situação no Estado de São Paulo. A campeã é Sales, onde uma
em cada 20 pessoas teve dengue neste ano.
A cidade de São Paulo, com
2.339 casos, ainda é considerada sob controle, mas outras cidades de porte médio, como
São José do Rio Preto, Campinas, Ribeirão Preto e Bauru, enfrentam a epidemia.
Mesmo durante o inverno,
quando o mosquito transmissor tem dificuldade de se proliferar e os números da doença
costumam diminuir, o CVE não
parou de registrar novos casos.
Foram 400 em julho, 79 em
agosto e 25 em setembro.
No entanto, Affonso Viviani
Junior, diretor da Sucen (Superintendência de Controle de
Endemias) da Secretaria de Estado da Saúde, afirma que o número de 127 cidades com índice
epidêmico não reflete a realidade da doença neste momento.
"Esse número aparece porque o índice dos casos é cumulativo. Casos da primeira semana epidemiológica estão na somatória. O comportamento do
vírus nas últimas semanas está
fora de qualquer situação epidêmica", diz.
Segundo Viviani, a circulação
do vírus continua em, no máximo, 20 municípios. "Até a metade do ano, tivemos o registro
de quase 65 mil casos. Das outras semanas até agora, não ultrapassamos mil."
O governador José Serra
(PSDB) e o secretário da Saúde,
Luiz Roberto Barradas Barata,
descartaram ontem que o Estado enfrente uma epidemia.
Barradas ressalta que o crescimento percentual da dengue
no Estado em relação ao ano
passado é menor que a alta no
índice nacional.
Apesar de a situação não ser
considerada alarmante, a previsão de gastos do Estado com a
dengue em 2007 é de R$ 40 milhões, o dobro do ano passado.
O Estado também contratou
120 agentes de campo para o
combate ao mosquito.
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