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entrevista
Promotor defende censura
DA AGÊNCIA FOLHA
O promotor de Justiça
Fábio Trajano diz que cabe censura a publicidades
abusivas.
FOLHA - O que levou à ação?
FÁBIO TRAJANO - Consumidores do interior do Estado ficaram indignados.
Pessoas de outros Estados
também reagiram. Na nossa avaliação, havia uma conotação sexual, principalmente depois do episódio
de uma modelo [Daniela
Cicarelli] em uma praia
[trocando carícias com um
empresário]. A publicidade veio logo depois.
FOLHA - Não acha que houve
um certo conservadorismo?
TRAJANO - Na comunidade
há muitos conservadores e
esses devem ser respeitados: idosos e religiosos,
sem contar crianças e adolescentes. Não é a visão do
promotor isolada. Representações chegaram.
FOLHA - Não há outras propagandas mais abusivas?
TRAJANO - Há, mas é difícil
combater. Há outros casos, como um comercial
que mostrava Brasil x Argentina e o argentino ia
dar um carrinho e batia no
outdoor. Recebemos representação de um argentino porque o filho não ia
mais ao colégio por motivo
de chacota. O Conar entendeu que não havia abusividade. Eu acho que incentivava um tratamento
desrespeitoso.
FOLHA - Não pode ser encarado como censura?
TRAJANO - É censura. É
uma obrigação impedir
que publicidade abusiva
seja veiculada.
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