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VIOLÊNCIA
Filho do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos ficou oito dias em cativeiro; dois criminosos foram mortos
Vítima de seqüestro é libertada em SP
ALEXANDRE HISAYASU
DA REPORTAGEM LOCAL
Após ficar oito dias seqüestrado, William Melo Bezerra, 22, filho do presidente do Sindicato
dos Metalúrgicos de São Paulo,
Eleno José Bezerra, foi libertado
pela polícia, na noite de ontem.
Durante o seqüestro, o rapaz ficou algemado e com os olhos vendados em um barraco de um cômodo na favela do Jardim Luis, na
região do Capão Redondo, zona
sul de São Paulo. Dois homens
que vigiavam o cativeiro morreram em tiroteio com policiais. Os
criminosos foram avisados por
crianças do bairro que viram os
policiais chegando à favela, mas
não tiveram tempo de escapar, segundo a polícia.
Segundo o presidente da Força
Sindical, Paulo Pereira da Silva, o
Paulinho, Bezerra ficou hospedado em um hotel durante o seqüestro do filho. "Ele tentava mostrar
calma, mas quando falava com os
bandidos, ficava muito nervoso."
Os seqüestradores fizeram quatro contatos por telefone. No início, pediram R$ 800 mil. "O Eleno
disse que não tinha esse valor.
Juntando salário, mais o dinheiro
das férias e do 13º salário, ele explicou aos seqüestradores que
conseguiria R$ 10 mil", contou
Paulinho. Segundo ele, essa conversa ocorreu na última segunda-feira e os bandidos disseram que
mandariam a cabeça da vítima
em uma bandeja para a família.
Durante o seqüestro, os seqüestradores mandaram uma fita de
vídeo para a família na qual o rapaz apareceu com a camisa levantada e com as calças abaixadas
-para mostrar que não estava
sendo maltratado, segundo a polícia-, e uma arma na cabeça. No
vídeo, ele fez um apelo para que o
pai providenciasse o dinheiro do
resgate.
Os policiais chegaram ao cativeiro de Bezerra graças a uma denúncia recebida na noite de quarta-feira pelo Deic (Departamento
de Investigação Sobre o Crime
Organizado).O denunciante deu
o endereço do cativeiro e informou que um rapaz (Bezerra) estava trancado no barraco.
A Divisão Anti-Seqüestro
(DAS) montou uma operação
com pelo menos 20 policiais para
resgatar o rapaz. O barraco, que
fica na rua da Poli, próxima à estrada M'Boi Mirim, foi cercado
por volta das 19h de ontem.
"Quando chutamos a porta, um
dos bandidos começou a atirar.
Houve o revide e os dois bandidos
se jogaram na frente da vítima",
contou o delegado Antônio de
Olim. Os seqüestradores usavam
dois revólveres calibre 38 e morreram a caminho do Pronto-Socorro Campo Limpo.
Olim disse que a vítima era vigiada 24 horas por dia e foi espancada pelos seqüestradores quando tentou se soltar da algema. Bezerra foi seqüestrado na manhã
do dia 10, no Jardim São Luis
quando saiu de casa para o trabalho. O carro dele foi fechado por
outros dois veículos e ele foi colocado em um Santana.
"Os bandidos deixaram a vítima
trancada no carro durante 12 horas dentro de uma garagem de
uma casa no Jardim São Luis. Só
no dia 11, na parte da manhã, eles
levaram o rapaz para o cativeiro,
onde ele foi algemado e teve os
olhos vendados", contou Olim.
Para o delegado Wagner Giudice, responsável pela DAS, está
descartada a hipótese de que o seqüestro tenha sido motivado por
vingança de rivais do pai da vítima. "O tempo todo ficou claro
que era um seqüestro em que os
bandidos queriam dinheiro".
Há sete seqüestros em andamento no Estado de São Paulo
-cinco na capital, um no interior
e um no litoral sul.
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