Exame da Universidade Estadual de Campinas oferece quase 3.000 vagas

Portões fecham às 13h45, e vestibulandos atrasados não poderão entrar; prova terá 12 questões dissertativas e uma redação

SIMONE HARNIK
DA REPORTAGEM LOCAL

A Unicamp, que realiza a primeira fase do vestibular hoje, se consolidou como a mais concorrida das universidades estaduais paulistas. Desde o vestibular 2004, a estadual de Campinas não perde mais para a USP e para Unesp nos números. Neste ano são, em média, 16,6 candidatos concorrendo a cada uma das 2.830 vagas. Contando com a Famerp (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto), o número de inscritos sobe para 50.199 e as vagas, para 2.954.
Na Fuvest -o vestibular para USP, medicina na Santa Casa e Academia da Polícia Militar do Barro Branco-, a concorrência geral é de 12,4 vestibulandos por vaga e, na Unesp, de 15.
No imaginário dos vestibulandos, a USP é tradicionalmente a mais concorrida. Os números que derrubam essa idéia são surpresa até mesmo para o coordenador-executivo da Comvest (comissão que realiza o vestibular da Unicamp), Leandro Tessler. "Acredito que isso ocorra porque a Unicamp faz um vestibular diferente e porque a universidade transmite uma imagem de que os ingressantes vão ter uma boa formação, muitas vezes voltada para a pesquisa de ponta."
O diretor do Anglo de Campinas, Euclides Guazzelli, nota a procura de estudantes de outras regiões do país pela Unicamp. "A divulgação no resto do país é grande. E, ao contrário de outras universidades, que instituem questões regionalizadas, a Unicamp procura atrair candidatos de toda a parte", afirma.
Neste ano, a USP teve uma queda brusca no número de inscritos, justificada pela pró-reitora de graduação da entidade, Selma Garrido Pimenta, como decorrente da procura de estudantes pelo Prouni (programa do governo federal que oferece bolsas em universidades particulares) e por outras instituições recém surgidas, como a UFABC (Universidade Federal do ABC).
De ambos os fatores a Unicamp praticamente passou incólume. Isso porque, na região de Campinas, não houve a criação de novas universidades públicas e os impactos do Prouni foram menores que os da capital. Favorece ainda a Unicamp o desejo de permanecer no interior do Estado ou de migrar da capital.
A primeira alternativa corresponde ao caso do vestibulando do Objetivo William Mosquin Simões, 18. "Optei por medicina na Unicamp primeiro por causa da cidade. A violência de São Paulo e a elitização da USP me desestimulam", diz ele, que é originário de São João da Boa Vista (229 km da capital).
A prova da Unicamp, que começa hoje às 14h, é bastante diferente das dos demais vestibulares, a começar pelo fato de não cobrar testes. Hoje, os inscritos vão encarar uma prova inteiramente dissertativa com 12 questões e uma redação. Os portões fecham às 13h45, e não será permitida a entrada de candidatos retardatários.

NA INTERNET - Veja o local de prova www.comvest.unicamp.br


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