|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Pai leva filho morto no cobertor ao IML
Os PMs deixaram a cena do crime antes do turno acabar e bombeiros chegaram ao local depois das 6h
LUISA BELCHIOR
DA SUCURSAL DO RIO
O comerciante José Wilson
Varela, 51, encontrou na madrugada de domingo, abandonado numa rua de Nova Iguaçu,
na Baixada Fluminense, o corpo de seu único filho, o soldado
do Exército Wilson Varela, 22,
morto a tiros sábado à noite.
Wilson caminhava pela estrada de Madureira com a namorada Amanda Teixeira, 17,
quando foi baleado a poucos
metros de onde morava com o
pai. A namorada, também ferida, foi internada no hospital
Estadual Rocha Faria.
O comerciante, que passava o
feriado em Ilhabela (litoral
paulista), viajou até o local assim que soube do crime. Mas
em vez de encontrar a polícia
no local, começou a testemunhar uma seqüência de descaso
e inépcia de servidores públicos envolvidos com a ocorrência, que só acabaria ontem.
Os PMs acionados para o caso deixaram a cena do crime
antes do turno deles acabar. Os
bombeiros acionados para a remoção não haviam chegado até
às 3h, quando Varela embrulhou o filho em um cobertor e o
levou para o IML (Instituto
Médico Legal) de Nova Iguaçu.
Ficou mais de três horas com
o cadáver no carro porque o
instituto se recusou a recebê-lo
sem a guia da polícia. O que foi
resolvido depois que um funcionário resolveu pegar uma
autorização para dar entrada
no corpo na 56ª DP.
O Corpo de Bombeiros informou que foi ao local às 23h30,
11 minutos após receber o chamado, constatou o óbito e acionou a PM. Apenas às 4h35, disse ter recebido da polícia o pedido pelo rabecão, mas apenas
chegou ao local às 6h10.
A PM informou que os dois
policiais que abandonaram o
local foram punidos administrativamente. O soldado será
enterrado hoje ao meio-dia no
cemitério de Campo Grande.
Texto Anterior: Motorista sem habilitação atropela 2 crianças Próximo Texto: Minas Gerais: Jovem morre em festival de rock após participar de briga Índice
|