São Paulo, segunda-feira, 19 de novembro de 2007

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Pai leva filho morto no cobertor ao IML

Os PMs deixaram a cena do crime antes do turno acabar e bombeiros chegaram ao local depois das 6h

LUISA BELCHIOR
DA SUCURSAL DO RIO

O comerciante José Wilson Varela, 51, encontrou na madrugada de domingo, abandonado numa rua de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, o corpo de seu único filho, o soldado do Exército Wilson Varela, 22, morto a tiros sábado à noite.
Wilson caminhava pela estrada de Madureira com a namorada Amanda Teixeira, 17, quando foi baleado a poucos metros de onde morava com o pai. A namorada, também ferida, foi internada no hospital Estadual Rocha Faria.
O comerciante, que passava o feriado em Ilhabela (litoral paulista), viajou até o local assim que soube do crime. Mas em vez de encontrar a polícia no local, começou a testemunhar uma seqüência de descaso e inépcia de servidores públicos envolvidos com a ocorrência, que só acabaria ontem.
Os PMs acionados para o caso deixaram a cena do crime antes do turno deles acabar. Os bombeiros acionados para a remoção não haviam chegado até às 3h, quando Varela embrulhou o filho em um cobertor e o levou para o IML (Instituto Médico Legal) de Nova Iguaçu.
Ficou mais de três horas com o cadáver no carro porque o instituto se recusou a recebê-lo sem a guia da polícia. O que foi resolvido depois que um funcionário resolveu pegar uma autorização para dar entrada no corpo na 56ª DP.
O Corpo de Bombeiros informou que foi ao local às 23h30, 11 minutos após receber o chamado, constatou o óbito e acionou a PM. Apenas às 4h35, disse ter recebido da polícia o pedido pelo rabecão, mas apenas chegou ao local às 6h10.
A PM informou que os dois policiais que abandonaram o local foram punidos administrativamente. O soldado será enterrado hoje ao meio-dia no cemitério de Campo Grande.


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