São Paulo, quarta-feira, 19 de novembro de 2008

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Começa júri de jovens soltos após confissão de "maníaco"

Eles são acusados de agredir sexualmente e matar Vanessa de Freitas, 22, em 2006

Leandro Rodrigues, conhecido como "maníaco de Guarulhos", negou e disse em depoimento que confessou sob tortura


BRUNA SANIELE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No primeiro dia do julgamento de Renato Correia de Brito, 24, William César de Brito Silva, 28, e Wagner Conceição da Silva, 25, acusados de agredir sexualmente e matar Vanessa Batista de Freitas, 22, em agosto de 2006, Leandro Basílio Rodrigues, que ficou conhecido como "maníaco de Guarulhos", disse em depoimento que só confessou o crime por ter sido torturado.
Renato, William e Wagner, que sempre haviam alegado inocência e denunciavam ter confessado sob tortura, ficaram presos por dois anos e foram libertados por ordem da Justiça em setembro, após a confissão de Rodrigues. Os dois PMs que atenderam o caso e o delegado negaram as agressões. Eles foram as três primeiras testemunhas de acusação ontem. Rodrigues foi a quarta.
Apesar de terem sido libertados por ordem judicial, os rapazes foram a júri porque a ação contra eles não foi extinta com a ordem de soltura.
Rodrigues, que foi preso no final de agosto sob acusação de matar uma moça, confessou, a princípio, mais de 50 estupros, segundo a polícia. Após investigações, ele foi apontado como responsável por pelo menos oito homicídios, entre eles o de Vanessa. Em setembro, porém, ao ser interrogado por um juiz, negou dois crimes, entre eles a morte de Vanessa.
Ontem, no julgamento, ele voltou a negar e disse que confessou o crime sob tortura.
Antes do depoimento de Rodrigues, o promotor responsável pelo caso, Manoel Levy Magno, já dizia que Renato e os amigos cometeram o crime.
Vanessa era ex-companheira de Renato e tinha um filho com ele. Para a família da jovem, os amigos a mataram porque Renato não queria pagar pensão.
Ontem, foram ouvidas nove testemunhas. Duas foram chamadas para esclarecer o testemunho de Kátia Soraia dos Reis Cardoso, ex-advogada de Wagner. Ela afirmou ter presenciado, na delegacia, um tapa no rosto de William na época em que foi preso. Questionada por não ter feito uma denúncia, ela disse que procurou a OAB. Airton Trevisan, presidente da OAB Guarulhos, e Cláudio Ávila, presidente da Comissão de Assistência Judiciária da entidade, confirmaram que a advogada fez uma denúncia oral, mas que não a formalizou. O julgamento continua hoje.


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