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Conselho pede revisão do IPTU no centro
Para técnicos da prefeitura, representantes de entidades da sociedade civil e do mercado imobiliário, aumento foi exagerado
Revisão da planta genérica terá efeito cascata sobre o ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis) e o Imposto de Renda
MARIANA BARROS
EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL
O Conselho Municipal de Valores Imobiliários, órgão vinculado à Secretaria de Finanças,
pediu ontem à prefeitura que
apresente uma nova proposta
para os valores venais da cracolândia, no centro.
Para integrantes do conselho, o aumento para a região foi
exagerado. Ontem, a prefeitura
não informou se irá rever os valores questionados pelo órgão,
formado por técnicos da prefeitura e representantes de entidades da sociedade civil e do
mercado imobiliário.
Segundo a Secretaria de Finanças, a elaboração da planta
genérica de valores, que serve
como base para o cálculo do
IPTU, cabe a técnicos da prefeitura. O conselho tem a função
apenas de ajudar a definir o valor venal dos imóveis e discute
apenas "itens polêmicos".
Segundo especialistas do
mercado imobiliário, nem o
projeto da prefeitura de revitalizar a cracolândia justificaria
um aumento dos valores dos
imóveis neste momento.
Outros impostos
A revisão da planta genérica
vai ter um efeito cascata sobre
dois impostos, diz Alexandre
Motonaga, da FGV. O aumento
do ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis) é um
dos impactos. "A planta genérica é a base de dados usada para
a geração dos valores registrados pela prefeitura. O município cobra os 2% do ITBI sobre
esses valores", diz Motonaga.
Indiretamente, os novos números também terão efeito no
Imposto de Renda, que deve ser
arrecadado sobre o ganho de
capital na venda do imóvel.
A atualização da planta genérica, diz o especialista, altera os
valores reais dos imóveis. Com
isso, eles serão registrados em
um novo patamar. "O mecanismo do IR não permite que o
preço do imóvel seja atualizado
todos os anos. Com isso, quanto
mais o tempo passa, maior é a
diferença com o preço de compra e, portanto, mais IR terá
que ser arrecadado na venda."
O especialista em direito tributário da FGV afirma ser favorável ao aumento do IPTU.
"Sou contra o populismo tributário. Um certo reajuste não é
absurdo", diz o advogado.
Posição contrária tem o Secovi, o sindicato do mercado
imobiliário. "Não compactuamos com esse aumento", afirma João Crestana, presidente
do órgão. Segundo ele, a planta
genérica deve ser atualizada,
mas a prefeitura poderia alterar as alíquotas do imposto, para evitar que o impacto do aumento fosse tão grande.
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