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FREDERICO GERLING JUNIOR (1925-2010)
Criador da filarmônica da PUC-RS
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Em 2004, Frederico Gerling Jr. realizou um dos grandes sonhos de sua vida: reunir 45 músicos na recém-criada Orquestra Filarmônica da
PUC do Rio Grande do Sul.
Na universidade gaúcha,
ele trabalhou por 37 anos.
Frederico tinha aparência
bem próxima à dos maestros
que todos idealizam, conta a
mulher, Adriana. Tanto que
poucos o chamavam pelo nome. A maioria se referia a ele
apenas como o Maestro.
Com 1,90 m de altura, era
grisalho, reservado, apaixonado pelo que fazia e extremamente disciplinado.
Se um concerto estava
marcado para as 19h, não era
às 19h02 ou às 19h05 que deveria começar, mas sim exatamente na hora definida.
Filho de imigrantes alemães, ele nasceu no navio
que os pais tomaram para vir
ao Brasil. Quando pisaram
em terra, o bebê foi registrado em Jaraguá do Sul (SC).
A infância e a adolescência foram passadas em São
Paulo. O pai era contador do
setor administrativo de uma
igreja adventista, e ele aprendeu ali a gostar de canto.
Na capital paulista, teve
aulas com Villa-Lobos e começou como regente de corais da Secretaria de Cultura.
Passou um tempo no Rio e
em Pernambuco. Em Recife,
foi diretor de produção numa
emissora de TV. Morou ainda
em Curitiba (PR), onde fundou um coral e chefiou o setor de ópera do teatro Guaíra.
Em Porto Alegre, ganhou o
título de cidadão honorário.
Regeu mais de 60 espetáculos de ópera na cidade.
Na segunda-feira, morreu
aos 85, de falência de órgãos.
Deixa dois filhos, ambos
maestros, e quatro netos
-sendo duas musicistas.
coluna.obituario@uol.com.br
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