São Paulo, quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

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PF prende 19 acusados de fazer "disque-droga" no Rio

MÁRCIA BRASIL
DA SUCURSAL DO RIO

Dezenove pessoas foram presas pela Polícia Federal acusadas de pertencer a uma quadrilha de tráfico de drogas. Segundo a PF, o grupo possuía integrantes de classe média que intermediavam o tráfico entre "o morro e o asfalto". A quadrilha é suspeita de atuar no Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Minas Gerais e de movimentar R$ 1 milhão por semana.
Entre os presos está José Brasil Fragata, 50, localizado pela PF em casa, em um condomínio de alto padrão na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
As prisões ocorreram nos quatro Estados. Sete suspeitos continuavam foragidos até a conclusão desta edição. Entre eles estão uma avó, filho e neto de uma mesma família.
Os pedidos de prisão dos 25 acusados foram expedidos pela 32ª Vara Criminal para a operação "Naufrágio" -batizada assim em razão do sobrenome do preso José Brasil Fragata, acusado de ser um dos principais traficantes de cocaína da zona oeste do Rio. Um dos detidos, suspeitos de integrar a quadrilha, foi preso por portar uma arma ilegal -o suspeito não tinha mandado contra ele.
A Folha não conseguiu localizar os advogados dos acusados até a conclusão desta edição. Na operação, foram apreendidos nove carros e cumpridos 19 mandados de busca e apreensão.
De acordo com as investigações da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecente), a droga entrava no Brasil pelo Paraná e por Mato Grosso do Sul e seguia para a favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio.
Segundo a PF, Fragata vendia cocaína para os clientes principalmente por meio de "disque-drogas", no qual o cliente liga para um número e recebe em casa a droga.
O delegado-chefe da DRE, Victor César Carvalho Santos, disse que a droga vinha do Paraguai e chegava a Paulo Henrique Godinho dos Santos, acusado de integrar o tráfico da favela do Jacarezinho.
Segundo o delegado, Santos distribuía a droga para Sandro Pinheiro Muniz e Eduardo Bruno Garcia Pinto, também presos durante a operação, que redistribuíam o entorpecente entre os outros integrantes da quadrilha. "Muniz e Pinto eram o elo do grupo entre o morro e o asfalto. A cocaína era vendida para consumidores de classe média alta da zona sul e da zona oeste", afirmou.
Já Alessandro Araújo, 35, também era, diz a PF, um dos fornecedores da quadrilha que buscava a cocaína em Minas.
Seu filho, Pablo Araújo, 19, e sua mãe, Janete Araújo, 62, participavam das ações criminosas, disseram os policiais.
Alessandro e Pablo estão foragidos. A PF não informou se Janete foi ou não presa.


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