São Paulo, quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

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Ex-deputado estadual é fuzilado no Rio

Ary Ribeiro Brum, atual assessor da Secretaria de Governo, foi morto em seu carro ao pegar um acesso à Linha Vermelha

Ele já fora investigado por suspeita de integrar grupo de extermínio; para polícia, motivação pode ter sido disputa de terras ou política

RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO

O ex-deputado estadual (1997-1999) e assessor da Secretaria do Governo do Estado do Rio Ary Ribeiro Brum, 60, foi assassinado a tiros na manhã de ontem, em São Cristóvão (zona norte), em um acesso da Linha Vermelha.
Por volta das 10h30, segundo testemunhas, um Honda Civic preto com quatro pessoas emparelhou com o carro em que estava Brum, e um homem no banco de trás disparou contra o vidro do motorista.
Havia dez buracos de projétil numa pequena área do vidro de Brum. Ele dirigia um carro oficial Santana 2002, que pode ter sido doado pela Alerj (Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro) à secretaria -o documento continua em nome da Alerj, diz o Detran. Brum era assessor do secretário de Governo, Wilson Carvalho.
Segundo a polícia, o assassino usou fuzil, provavelmente calibre 7.62 mm. O impacto dos tiros deixou o ex-deputado desfigurado. Para o delegado da 17ª Delegacia de Polícia, Márcio Caldas, o crime foi executado por "profissionais". Além da precisão dos disparos, nenhuma cápsula foi encontrada.
A Folha apurou que Ary Brum já fora investigado por suspeita de integrar um grupo de extermínio. Não há, porém, processo contra ele na Justiça Criminal desde 1980.
Até ontem, a polícia ainda não tinha pistas dos assassinos ou do motivo, embora já descartasse a possibilidade de tentativa de assalto. A polícia checa se Brum estaria envolvido em uma disputa de terras em Cachoeiras de Macacu (RJ).
Outra linha é de motivação política: ele atuava como interlocutor do governo Sérgio Cabral (PMDB) na Alerj; também pensava em concorrer à Prefeitura de Cachoeiras de Macacu.
Para Caldas, pode haver mais de um suspeito. O celular de Brum foi recolhido. Será pedida a quebra do sigilo telefônico.
O corpo dele será velado na Alerj hoje, das 8h às 13h.


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