São Paulo, terça-feira, 20 de janeiro de 2009

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Defesa Civil interdita 10 imóveis próximos; tragédia era esperada, afirmam vizinhos

DA REPORTAGEM LOCAL

Dez imóveis próximos ao templo da igreja Renascer foram parcialmente ou totalmente interditados pela Defesa Civil. Pelo menos seis deles ainda correm risco de serem atingidos por parte da parede do templo, que pode desabar.
"Eu estava em casa por volta das 19h de domingo e ouvi um barulho muito forte, que eu achei que fosse o de um avião caindo. Logo depois teve muita gritaria. Corri para fora e fui ver se meus vizinhos, que são idosos, precisavam de socorro", disse o corretor de seguros Maurício Ayub Moregola, 39, que teve a casa interditada.
Segundo ele, tijolos e pedaços de parede caíram sobre a residência, destruindo a edícula e um quarto nos fundos.
"A Defesa Civil mandou eu pegar somente o necessário e sair da casa. Ainda não sei o que vou fazer agora", disse Moregola. A residência pertence aos pais dele, que estão viajando.
Segundo o coronel Orlando Camargo, da Defesa Civil, uma escola que pertence à igreja e oito casas foram totalmente interditadas. Um sobrado comercial funciona parcialmente. "Contamos 14 pessoas desalojadas, uma delas não tem para onde ir", disse Camargo.
Segundo Ana Cláudia Gomes, vice-presidente da Associação de Preservação do Cambuci e Vila Deodoro, a vizinhança já temia uma tragédia -como incêndio, tumulto ou desabamento no templo- há pelo menos dez anos.
"Um pedreiro que trabalhou na igreja em 1998 falou que as vigas estavam corroídas por cupins. O templo chegou a ser fechado por uns dias, mas começaram a fazer cultos em uma tenda de circo no estacionamento. Era insuportável, ninguém conseguia fazer nada em casa [em razão do barulho]."
A associação foi criada, em 1998, por moradores de uma vila com 29 casas, que pretendiam fechar o templo da Renascer. De acordo com Ana Cláudia, naquela época, a igreja tentou comprar toda a vila para fazer um grande templo. Os moradores acusam a igreja de tê-los pressionado a vender suas propriedades.


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